terça-feira, 14 de março de 2017

    Brasil é o primeiro lugar em violência contra travestis e transexuais



    O assassinato da travesti Dandara Kataryne, de 42 anos, em Fortaleza, é a ponta de um iceberg de uma população que vem sendo dizimada pelo ódio e pelo preconceito. Monitoramento da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (Rede Trans Brasil) aponta que, apenas neste ano, 25 travestis e transexuais foram assassinados no país. Assim como Francisca Vasconcelos, mãe de Dandara, Erivanda Jorge Moreira, de 43, sabe o tamanho dessa dor. Em 2013, Poly, com 20 anos, partiu. “Ela saiu para a 'esquina' e a acharam morta. Era um homem que perseguia viado. Abusou dela e depois matou com um gargalo de garrafa”, conta Erivanda, com camisa estampada com a foto da filha, em protesto por causa de Dandara. “Ele não foi preso”, diz, ao lado de dona Francisca.

    Segundo outro levantamento, do Grupo Gay da Bahia (GGB), mais antiga associação de defesa dos homossexuais e transexuais do Brasil, aponta que 2016 foi o ano com o maior número de assassinatos da população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) desde o início da pesquisa, há 37 anos. Foram 347 mortes. Minas Gerais ocupa o quinto lugar nesse ranking, com 21 mortes. São Paulo lidera a lista, registrando 49 assassinatos. Mas o próprio GGB ressalta que os números são subnotificados, já que faltam estatísticas oficiais.


    O relatório é feito com base em notícias e informações que chegam ao conhecimento do grupo. A população de travestis e transexuais correspondeu a 42% das mortes, num total de 144 vítimas. De acordo com a organização, as pessoas trans são as mais vitimizadas. O risco de elas serem assassinadas é 14 vezes maior em relação a gays. “Antes do assassinato de Dandara, aconteceram muitos casos tão cruéis quanto e os marginais estão soltos. Estamos cansadas de ser massacradas”, afirma a presidente da Associação de Travestis do Ceará, Tina Rodrigues, que ressalta que as trans vivem a violência e a discriminação no cotidiano.“Vamos para a escola e ninguém quer a gente lá, nem os alunos, nem os professores”, diz, na cobrança por mais oportunidades.

    A crueldade e repercussão da morte de Dandara, gravada em vídeo que circula nas redes sociais, joga luz sobre o combate à transfobia. Em todo o país, grupos LGBT cobram do poder público a aprovação de projetos e políticas sociais que garantam os direitos dessa população marginalizada. O caso também ganhou visibilidade internacional e atraiu para a periferia de Fortaleza equipes de TV e de jornais dos Estados Unidos e da Europa. A principal das lutas entre os militantes no Brasil é a criminalização da transfobia e da homofobia.

    Depois de oito anos em tramitação, o projeto de lei da Câmara dos Deputados (PLC 122/06) que dispõe sobre o tema foi arquivado em 2014, sem conseguir aprovação. O texto define crimes resultantes de discriminação ou preconceito de gênero e orientação sexual e encontra resistência, sobretudo, entre parlamentares da bancada religiosa. “Esse preconceito faz parte das estruturas sociais, marcados pelo machismo e o patriarcado. Até agora não vimos nada, nenhuma medida estruturante que nos reconheça como sujeitos de direito”, afirma o coordenador de projetos do Grupo de Resistência Asa Branca (Grab), Dário Bezerra, um dos mais antigos grupos LGBT do Brasil.

    A dor da discriminação é o que faz Lohaynne Sulamyta, de 20 anos, ir às ruas lutar por direitos LGBT.“Sou travesti e mereço respeito”, cobra. Lohayne trabalha como profissional do sexo em Fortaleza e já esteve perto da morte. “Vi colegas sendo assassinadas do meu lado. Um homem xingou minha amiga na rua, ela respondeu e foi baleada”, conta. Lohayne, que chegou a conhecer Dandara, participou de ato público cobrando a punição dos assassinos da colega. “Ela era uma bicha que não fazia mal a ninguém, muito boa para a família dela”, lamenta.
    LUTA POR NOME SOCIAL

    A coordenadora executiva da Coordenadoria de Diversidade Sexual da Prefeitura de Fortaleza, Dediane de Souza, lembra que casos como de Dandara ocorrem no cotidiano. “Os assassinatos têm esse cunho do ódio”, diz. Além da criminalização, outra reivindicação é pela garantia do uso do nome social, que independe do nome civil e é como preferem ser chamadas as pessoas trans. “A todo momento temos que justificar a nossa existência”, afirma.

    Desde 2013, tramita na Câmara projeto de lei para reconhecimento da identidade de gênero e uso do nome social. Em 2016, a então presidente Dilma Rousseff garantiu esse direito a servidores da administração pública federal. A morte cruel de Dandara já traz impactos positivos para a luta por direitos, pelo menos no Ceará.

    Na sexta-feira, o governador do Estado, Camilo Santana, assinou decreto que permite às transexuais e travestis terem seu nome social respeitado nos serviços prestados no governo; decreto que autoriza o atendimento às transexuais e travestis nas 10 delegacias da Mulher no estado, além da inclusão de representantes do movimento LGBT nos Conselhos Comunitários de Defesa Social (CCDS).

    DICIONÁRIO TRANS
    Transexual
    Termo genérico que caracteriza a pessoa que não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído quando de seu nascimento.

    Mulher transexual
    Pessoa que reivindica o reconhecimento como mulher

    Homem transexual
    Pessoa que reivindica o reconhecimento como homem

    Travestis
    São as pessoas que vivenciam papéis de gênero feminino, mas não se reconhecem como homens ou como mulheres, mas como integrantes de um terceiro gênero ou de um não gênero. Preferem ser tratadas no feminino.

    Fonte: Orientações sobre identidade de gênero: conceitos e termos, de Jaqueline Gomes de Jesus e Estado de Minas

    quarta-feira, 19 de setembro de 2012

    Trabalhadora homossexual assumida consegue indenização por desrespeito no trabalho

    Uma trabalhadora procurou a Justiça do Trabalho dizendo que era constantemente humilhada e constrangida pelo patrão em razão de sua opção sexual. Por essa razão, pediu o pagamento de indenização por danos morais. O caso foi submetido à apreciação do juiz substituto Mauro Elvas Falcão Carneiro, em atuação na Vara do Trabalho de Lavras.

    A reclamante trabalhava em um restaurante e apresentou como testemunhas um ex-colega de trabalho e um cliente do estabelecimento, que confirmaram ter visto o representante da ré constrangendo a trabalhadora em razão de sua condição sexual. Segundo relataram as testemunhas, nas ocasiões presenciadas ela foi chamada de veadinho e sapatona, o que a deixou envergonhada a ponto de chorar. O cliente disse ainda ter visto o representante da ré comentando sobre a sexualidade da empregada com um vendedor de doces que tem ponto próximo ao restaurante.

    Por outro lado, o reclamado sustentou que a própria empregada pedia para ser chamada de João pelos colegas. No entender da empresa, isso demonstra que não havia preconceito e assédio moral. Mas o julgador pensa diferente. Apesar de as testemunhas levadas pelo restaurante terem relatado que a colega gostava de ser chamada de João, contando que chegava até mesmo a levar um órgão genital masculino de brinquedo para o trabalho, isso não significa que não merecesse respeito. Para o magistrado, o tratamento dirigido à trabalhadora, inclusive na frente de terceiros, era ofensivo e causou dano moral. Ainda que a própria reclamante agisse de modo a reforçar sua condição de homossexual, direito que ela tem.

    A questão do comportamento da reclamante foi levada em consideração apenas para a fixação do valor da indenização. Embora repudiando a conduta do empregador, o julgador considerou que a trabalhadora agia de uma maneira que poderia acabar estimulando a ação danosa. Para o magistrado, isso de forma alguma, justifica a conduta praticada pelo representante do réu. Mas não pode ser deixado de lado na hora de fixar o valor da reparação.

    E foi sopesando todos essas particularidades do caso, bem como a capacidade financeira das partes, a gravidade dos danos e o caráter punitivo-pedagógico da indenização por danos morais, que o juiz sentenciante decidiu condenar o restaurante a pagar indenização no importe de R$ 2.000,00, valor equivale a 03 meses de salários da reclamante. A reclamada recorreu, mas o recurso não foi recebido, uma vez que o pagamento das custas foi feito fora do prazo. O processo aguarda a análise do agravo de instrumento interposto pela ré.

    (Número do processo não informado pela fonte oficial)

    Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região

    sexta-feira, 7 de setembro de 2012

    'Racismo é perverso', diz a primeira doutora quilombola do Brasil


    Bibiana DionísioDo G1 PR

    Edimara Gonçalves Soares diz que acesso à educação para crianças quilomobolas é repleto de obstáculos, alguns intransponíveis (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)Edimara Gonçalves Soares diz que acesso à educação para crianças quilomobolas é repleto de obstáculos, alguns intransponíveis (Foto: Bibiana Dionísio/ G1 PR)
    A primeira doutora quilombola do Brasil acaba de tirar o título, na área de Educação, na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Edimara Gonçalves Soares, professora da rede estadual de ensino, defendeu a tese “Educação escolar quilombola: quando a política pública diferenciada é indiferente” na terça-feira (28). Formada em Geografia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, Edimara Soares nasceu e viveu até os 15 anos em uma comunidade quilombola, criada pelos bisavós dela, em Formigueiro, a 68 quilômetros de Santa Maria. A comunidade não tem nome e é formada por, aproximadamente, 60 famílias que vivem do que plantam e criam.
    Sempre crítica à escolarização dos remanescentes de quilombos, que são comunidades mais afastadas criadas por escravos que fugiram dos senhores de engenho, na época do Brasil Colonial, os sentimentos da nova doutora se confundem. “Eu tenho orgulho, sim. Mas é um orgulho que me faz refletir sobre o quanto a desigualdade, o preconceito, o racismo institucional são fenômenos perversos e que não são reconhecidos, dado o mito da democracia racial. Nós vivemos em um país da diversidade racial, que nós somos todos iguais... Só que nessas diversidades, as desigualdades não são reconhecidas, são dissolvidas”, refletiu Edimara Soares.
    A desigualdade, o preconceito, o racismo institucional são fenômenos perversos e que não são reconhecidos, dado o mito da democracia racial"
    Edimara Gonçalves Soares
    Para a professora, o título tem valor simbólico e concreto para o grupo que ela pertence. “O fato de escrever uma tese sobre a educação escolar quilombola, a partir de alguém que é quilombola, que é sujeito desta história, tem um significado singular de representação. Não é um estrangeiro dizendo como que é um quilombola, o que ele tem que fazer, como ele deveria ser. Não é o sujeito de fora narrando os nativos. É alguém de dentro do grupo que conta a sua própria trajetória e ao contar essa história, conta também a trajetória de muitos estudantes de muitas pessoas quilombolas”, explicou entusiasmada.
    Edimara acredita que a dificuldade que ela teve que enfrentar para ter acesso à escola é a mesma vivida pelas atuais crianças que vivem em quilombos. Ela lembrou que precisava acordar às 4h30, caminhava em torno de uma hora até o ponto onde pegava o ônibus.

    Ela contou ainda que, em casa, precisava colher bambu e fazer uma fogueira para iluminar livros e cadernos. “A gente não tinha luz elétrica, eu estudava com fogo de chão. Não podia ficar gastando vela ou querosene dos lampiões, porque a gente não tinha também dinheiro para comprar. Toda a trajetória de estudo é marcada por muita luta, muito sacrifício, por muita garra e determinação”. Ela confessou que nas Exatas não ia muito bem e por isso precisava estudar mais. Por outro lado, nas Humanas “era tranquilo”. Foi com a ajuda de uma família de Santa Maria que conseguiu completar o Ensino Médio e ingressar na universidade. 

    Edimara recordou que foi uma visita do colégio onde estudava à feira de cursos da UFSM que a fez decidir que queria entrar na universidade.  "No segundo ano do Ensino Médio eu tinha um norte. Queria entrar ali".
    Casa onde Edimara Soares nasceu e viveu até os 15 anos, no quilombo "sem nome" em Formigueiro (RS)  (Foto: Arquivo pessoal)Casa onde Edimara Soares nasceu e viveu até os 15 anos,
    no quilombo "sem nome" em Formigueiro (RS)
    (Foto: Arquivo pessoal)
    Depois de desenvolver uma tese de doutorado, Edimara lamenta ao perceber que os obstáculos são praticamente os mesmos. “A minha história, quanto estudante negra quilombola, é semelhante e, em certas situações, idêntica à história de muitas crianças quilombolas que estão em fase escolar”, afirmou.

    Segundo Edimara, as dificuldades são quase intransponíveis. “Às vezes não tem um número significativo [de alunos] para manter a escola, daí esta escola é fechada e essas crianças são enviadas para outro estabelecimento de ensino, distante da comunidade”, exemplificou. Para a professora, isso mostra que as nossas crianças quilombolas, até hoje, não tiveram ainda acesso a educação da forma que lhes é de direito. Ela pontuou ainda que normalmente essas crianças têm um período para estudar, porque chega um momento que deixam de ir ao colégio para trabalhar, para sobreviver.

    Ainda que o Paraná tenha sido pioneiro na aplicação de medidas específicas para este público, com o Departamento de Diversidade e o Núcleo de Educação das Relações Etnicorraciais e Afrodescendência (NEREA), ambos da Secretaria Estadual de Educação, a ação foi "inócua a despeito de todo o investimento e esforço que foi feito". 
    Este e outros acontecimentos da rotina escolar das comunidades quilombolas do estado foram abordados e analisados na tese de Edimara, sob orientação da professora doutora Tânia Maria Baibich.

    Isso significa, como explicou a professora, que não se atingiu plenamente os objetivos inerentes à lei federal de 2003 que tornou obrigatório o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira. Havia também o intuito de que os professores articulassem os conhecimentos tradicionais das comunidades quilombolas com o currículo escolar. “Esse é o princípio fundante da educação escolar quilombola”, destacou.
    No estado, existem 42 escolas que atendem comunidades quilombolas, divididas em 11 municípios. Contudo, para que a lei fosse de fato cumprida, de acordo com Edimara, tópicos essenciais não foram considerados.

    “Faltou uma articulação, efetiva, com as universidades, com as instituições formadoras. Faltou uma parceria com as comunidades quilombolas e também houve uma ausência de ações pedagógicas, de maneira sistemática e permanente, com os professores, no interior destas escolas. As ações foram pontuais, não foram ações sistemáticas”, explicou.  Para ela também faltaram investimentos em infraestrutura e em aspectos administrativos, inclusive, recursos financeiros. “É a fartura da falta. Faltam muitas coisas na dimensão de infraestrutura”, complementou.
    Ninguém ensina, o que não sabe. (...) somos produtos de uma educação eurocêntrica, de um currículo monocultural,"
    Edimara Gonçalves Soares
    Edimara reforçou que a universidade não prepara os acadêmicos, futuros professores, para trabalhar questões etnicorraciais e de diversidade. A doutora é clara ao dizer que os docentes não podem ser culpados pela falha na aplicação da proposta da Secretaria de Educação.

    “Ninguém ensina, o que não sabe. Eles, nós não tivemos acesso a esses conhecimentos na formação inicial, enquanto professores, porque somos produtos de uma educação eurocêntrica, de um currículo monocultural, e não foram dadas as condições necessárias”.

    Para que se vislumbre um cenário mais adequado na educação quilombola, Edimara sugere a resolução das problemáticas identificadas e a necessidade de se reconhecer que existe o racismo. “Eu preciso reconhecer a existência deste fenômeno, criar mecanismo para combatê-lo, porque ele está presente de forma muito contundente nas escolas dentro das comunidades quilombolas e nas escolas fora”, assegurou. Ela cita ainda aumento de verbas para aquisição de material e para formação dos docentes.

    “Não é algo que vai ser de hoje para amanhã, demanda todo um esforço, uma vontade política e de investimento financeiro”, destacou.
    As ações afirmativas 
    Edimara se diz favorável à lei sancionada na quarta-feira (29) pela presidente Dilma Rousseff que determina o sistema de cotas sociais nas universidades federais. De acordo com a lei, metade das vagas oferecidas é de ampla concorrência, já a outra metade será reservada por critério de cor, rede de ensino e renda familiar. As universidades terão quatro anos para se adaptarem. Atualmente, não existe cota social em 27 das 59 universidades federais. Além disso, apenas 25 delas possuem reserva de vagas ou sistema de bonificação para estudantes negros, pardos e indígenas.

    Edimara acrescentou que esta desigualdade é histórica e acumulada, desde 1888 quando foi abolida a escravidão no Brasil. "A liberdade veio, porém, sem medidas para integrar a população negra, sem que possibilitasse acesso social e educacional", disse Edimara. Na avaliação dela, as cotas vêm para promover a igualdade de oportunidade. 
    “O fato de eu ser a primeira quilombola do país mostra o quanto nosso país precisa investir no combate às desigualdades sociais. Ainda existe um abismo, principalmente, nas questões relacionadas a educação, ainda que os governos estadual e federal venham investindo em políticas afirmativas e inclusivas”, afirmou.
    “O objetivo maior da política afirmativa é combater e, possivelmente, eliminar o lastro de desigualdades sociais. Se tu fores fazer uma radiografia das pessoas que hoje estão nos cursos de mais prestigio na universidade, como Medicina, Arquitetura, Engenharia, Direito, dificilmente tu vais encontrar, na mesma proporção, negros e brancos”, argumentou.
    Fonte: G1

    Comunidade homossexual protesta contra concessão de título de cidadão soteropolitano a Silas Malafaia


    por Mariele Góes
    Comunidade homossexual protesta contra concessão de título de cidadão soteropolitano a Silas Malafaia
    Foto: Reprodução
    A concessão do título de cidadão de Salvador ao pastor Silas Malafaia, líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, causou indignação à comunidade homossexual da capital baiana. A homenagem, concedida pela Câmara Municipal, foi proposta pelo vereador Heber Santana (PSC), membro da Igreja Batista Missionária da Independência e integrante da bancada evangélica no Legislativo da capital baiana, e está programada para o dia 27 de setembro. O Grupo Gay da Bahia (GGB), mais antiga entidade do gênero em atividade no país, posicionou-se contra a entrega do título ao evangélico, conhecido por sua postura homofóbica. “Não há justificativa para a concessão do título, considerando que o homenageado não prestou relevantes serviços para a sociedade baiana”, explicou Luiz Mott, presidente do GGB. A entidade iniciou, nas redes sociais, uma campanha para que a cidadania soteropolitana não seja concedida a Malafaia. Além da mobilização na internet, o GGB também pretende tomar medidas formais. “Vamos mandar um ofício para a presidência da Câmara dos Vereadores arguindo o não cumprimento das condições regimentais para a concessão do título”, explicou Mott. Segundo o regimento da Casa de Leis, o título deve ser entregue a quem nasceu fora de Salvador e prestou relevantes serviços ao município. Os militantes homossexuais argumentam que o pastor “não oferece currículo compatível com a homenagem”. Caso o pedido não seja atendido, o protesto deve se estender até à porta da Câmara. “Primeiro vamos tentar cancelar esse título por não ser merecido. Contudo, em último caso, vamos reunir toda a comunidade LGBT para protestar e demonstrar a nossa indignação”, afirmou o líder do GGB.

    Médico acusado de castrar homossexual

    Um médico australiano membro de uma seita religiosa foi acusado de castrar quimicamente um homossexual. O crime ocorreu em 2008 e, agora, o médico perdeu a licença para exercer medicina.

    foto LIONEL BALTEIRO/GLOBAL IMAGENS
    Médico acusado de castrar homossexual
    A vítima, cuja identidade não foi revelada, terá recorrido aos serviços do médico Mark Christopher James Craddock, 75 anos, para se "curar" da sua homossexualidade, segundo explicam os meios de comunicação locais.
    Um líder da exclusiva seita Brethren Christian, da qual a vítima e o médico também faziam parte, é que terá aconselhado os serviços de Craddock ao paciente, uma vez que este lhe poderia dar um medicamento que o ia curar.
    O jornal "Sydney Morning Herald" explica que, numa consulta que durou cerca de 10 minutos, Craddock receitou acetato de ciproterona ao paciente sem ter em conta o seu historial clínico e sem o submeter a um exame prévio.
    O acetato de ciproterona é utilizado para tratamento do cancro da próstata e em distúrbios graves nos homens. A redução da libido e impotência sexual são alguns dos efeitos secundários da utilização deste medicamento. Agora, o médico foi acusado de castrar quimicamente o seu paciente e proibido de exercer medicina.
    Craddock acabou por admitir perante as autoridades médicas, em junho, a veracidade destes factos e também afirmou que, além de não encaminhar a vítima para um psicólogo, não alertou o paciente para os efeitos secundários do medicamento.

    Fonte: JN

    sábado, 2 de junho de 2012

    Filme sobre homossexualidade com Glória Pires afasta patrocinadores

    Fonte: 180 graus


    Um diretor renomado que já teve filme até indicado ao Oscar. A protagonista é uma das atrizes mais disputadas do cinema nacional com uma carreira invejável por muitos. O roteiro tem como tema central a história de amor entre duas figuras importantes para a história do Rio de Janeiro e da literatura internacional. Com todos esses atributos é fácil imaginar que a produção do filme “Flores Raras”, dirigido por Bruno Barreto e com Glória Pires no elenco, não teria problemas para a captação de patrocínios.

    No entanto, o longa-metragem enfrenta fortes barreiras nesse sentido. “Não conseguimos um tostão de nenhuma empresa privada”, afirmou Bruno, durante coletiva de imprensa de apresentação do filme, nessa quinta-feira (31), no Hotel Pestana, na Zona Sul do Rio.

    Isso acontece porque o filme tem como tema central o relacionamento homossexual entre duas mulheres: Elizabeth Bishop (interpretada por Miranda Otto), poetiza americana que ganhou o prêmio Pulitzer, e Lota Macedo Soares (Glória Pires), arquiteta carioca dos anos 50 que idealizou e supervisionou a construção do Parque do Flamengo. O roteiro é baseado no livro “Flores Raras e Banalíssimas” de Carmem Lucia de Oliveira.

    “Quando apresentamos o projeto para as empresas, dizem que a história é linda. Mas na hora de dar a resposta, tiram o corpo fora alegando que não podem atrelar a imagem da empresa a esse assunto. Nunca esperei passar por isso em pleno século 21 e num país que se diz de mente aberta”, contou Paula Barreto, da LC Barreto Produções.

    O orçamento total do longa-metragem – que começa a ser rodado no dia 11 de junho – é de aproximadamente R$ 13 milhões, mas até o momento, só R$ 9 milhões foram captados através do do do BNDES, de instrumentos estatais, e da Globo Filmes, Telecine e Imagem Filmes. "É a primeira vez, em 50 anos da nossa produtora, que vamos começar a rodar um filme sem o orçamento fechado. Mas esse era o único período disponível para as atrizes gravarem. Espero que o Eike Batista, o messias do Rio, e outros investidores que olhem para nosso projeto”, disse ela.

    Elenco não quer levantar bandeiras

    O filme terá 98% das falas em inglês e vai se concentrar na história de amor das duas mulheres, que viveram um romance homossexual abertamente, na época da ditadura militar. “O filme conta a história de uma pessoa fraca e alcóolatra [Elizabeth], que vai ficando cada vez mais forte por saber lidar com as perdas, e de outra, Lota, que é forte mas vai ficando fraca por não saber lidar com isso. É uma história de amor única”, disse ele.
    "Elas se amaram e viveram juntas os momentos mais importantes de suas vidas. Bishop ganhou o Pulitzer quatro anos depois de estar com Lota. E Lota fez o parque do Flamengo, que é uma das melhores obras do mundo. Por muito tempo elas cresceram juntas, depois começaram a crescer em direções opostas".

    Para retratar melhor o drama, Glória Pires e Miranda Otto, conhecida por sua atuação em “Senhor dos Anéis”, ainda encenarão um beijo e uma cena de sexo, mas Barreto fez questão de salientar que será uma cena discreta, para não tirar o foco da trama. “ O tema central não é a preferência sexual delas. Tratamos o assunto com naturalidade e tomamos cuidado para não sermos pudicos. Existe uma cena de sexo, de quando elas fazem amor pela primeira vez, mas é para ilustrar a relação delas. O brasileiro se diz muito liberal, mas na verdade, somos conservadores”, afirmou.

    Mesmo não querendo levantar bandeiras, Glória espera que o filme abra a cabeça dos espectadores. “Todo preconceito vem da falta de conhecimento. Sempre que se coloca um assunto na roda, ele é debatido e isso é bom. Espero que o longa sirva para que essas pessoas vejam a temática de outra forma e não fiquem tão preocupados com a opção sexual de cada um”, afirmou.

    O elenco de "Flores Raras" ainda conta com a atriz norte-americana Tracy Middendorf, que atuou recentemente nas séries "Boardwalk Empire" e "The Mentalist". Tracy interpretará Mary, que vivia com Lota antes de Bishop aparecer na vida da arquiteta. A produção, que tem estreia prevista para 2013, será rodada no Rio de Janeiro, Pedro do Rio (Petrópolis), Nova York e Veneza.

    * Este artigo não representa necessariamente a opinião do site, sendo de inteira responsabilidade, assim como seu crédito total, do autor da matéria.

    Nanini sobre homossexualidade: “Não gosto de ter que colocar a estrela rosa”

    Fonte: IG

    Marco Nanini é o homenageado da 22ª edição do Cine Ceará, que começou nesta sexta-feira (1) e termina daqui uma semana. O ator esteve presente na abertura do festival e recebeu das mãos do diretor Luiz Carlos Barreto, em cerimônia realizada no Cine Theatro São Luiz, o troféu Eusélio Oliveira. Bem-humorado, Barreto disse que entregava a estatueta com desgosto. “Porque em 50 anos de produção nunca trabalhei com o Nanini”, afirmou o diretor. Nanini agradeceu e disse que se sentia honrado pela homenagem.

    Durante a coletiva de imprensa com o ator, que aconteceu pouco antes da cerimônia de abertura, Nanini foi questionado sobre o motivo pelo qual decidiu assumir sua homossexualidade publicamente (o ator fez a declaração em 2011) e foi taxativo: “Tive vontade. Foi a simplicidade que saiu (a declaração)”. E completou: “Também porque há uma questão de homofobia que vem crescendo e é perigosa. Que não precisa ter”.




    Foto: AgNewsMarco Nanini recebe o troféu Eusélio Oliveira no Cine Theatro São Luiz
    Apesar de ter falado sobre o assunto abertamente, o ator disse que prefere evitar rótulos. “Não gosto da história de você ter que colocar a estrela rosa. Acho isso cafona (risos). Você botar um crachá para dizer (que é homossexual). O que interessa se você é gay, gordo ou magro?”, ponderou ele, que disse ter evitado o tema até então por não ser seu “perfil”.

    “Havia sempre uma pressão de algum tipo de revista que precisa abordar esse assunto e eu não gosto de responder essa pergunta assim. Não é por nada, só não é do meu temperamento”, explicou. O ator reafirmou que o que o motivou foi a violência. “Achei que com esse momento de homofobia crescente eu precisava me colocar. Senti necessidade de me colocar. Era importante”, afirmou o ator.

    “Também o que que interessa o que um senhor de 64 anos faz embaixo das cobertas? (risos) Interessa que você não pode humilhar nenhuma criatura e nem bater com uma chave de fenda seja em quem for. Isso que é esquisito. Bater porque é isso ou aquilo. Discriminar porque é pobre, ou é burro, ou porque não tem cultura, ou porque tem”, finalizou.

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    sexta-feira, 1 de junho de 2012

    Estudante é preso por racismo e desacato a policial, no ES

    Fonte: Estadão
    Um estudante de Direito, de 29 anos foi preso na tarde da última quarta-feira, 31, por racismo e desacato contra agentes da polícia, na região de Vila Velha, no centro do Espírito Santo.
    De acordo com o delegado plantonista que registrou o caso, Robson Lemos Martins, o homem estava passando com seu cachorro na praia Itapoã pela areia, área que é proibida a passagens de animais.
    Segundo o delegado, dois guardas municipais seguidos de agentes guarda-vidas abordaram o estudante para pedir que ele se retirasse da areia com o cachorro. De acordo com informações dos guardas, o homem reagiu discutindo com eles e chegou a ofender um dos guarda-vidas, chamando-o de "macaco".
    Com a ofensa, pedestres que passavam pelo local teriam se revoltado e tentado linchar o homem que acabou sendo protegido pelos guardas municipais, afirma Martins. Os guardas chamaram a Polícia Militar que algemou o estudante, que protestava contra a prisão.
    Martins afirma que o estudante de 29 anos foi autuado por injúria racial e por desacato aos policiais militares. A pena por injúria racial varia entre 1 e 3 anos de prisão. O estudante passou a tarde da quarta-feira detido, quando ao fim do dia, de acordo com o delegado, seus familiares pagaram a fiança de R$ 5 mil.
    Martins afirma ainda, que no momento do pagamento da fiança, a mãe do estudante afirmou que o homem tem problemas psicológicos. De acordo com o depoimento da mulher, o filho estudava direito na Alemanha e teria trancado a matrícula dos estudos em função do distúrbio mental.
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    Pesquisa aponta traços de racismo na Literatura de Cordel

    Fonte: Geledes
    Trabalho está sendo realizado por uma aluna do curso especialização da Universidade Federal de Alagoas
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    Uma pesquisa intitulada "Nordeste Brasileiro: A representação do Racismo à brasileira dentro da Literatura de cordel (1900-1950)" de uma aluna do curso especialização da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) revelou que nesse tipo de literatura, bastante popular no Nordeste, encontramos traços do racismo presentes no cotidiano.

    A aluna Cinthia Roberta Santos explicou que em seu trabalho ela queria refletir sobre as questões étnico-raciais que estiveram presentes no processo de construção da identidade cultural de homens e mulheres sertanejos no início do século XX. Para tal análise, traçou um dialogo entre história e literatura.

    Cinthia Santos ressalta que o objetivo do projeto é compreender como esse discurso racista, presente na cultura dominante, é absorvido pelo povo e, desta forma, alimenta um imaginário social no qual o indivíduo negro é visto como inferior. Por isso, a pesquisadora não quer apenas se deter sobre o problema, mas também avaliar as formas de superação. "Se por um lado, estaremos atentos à acomodação desse discurso racista às falas populares, ao seu imaginário, por outro, procuraremos pelas resistências, pelas formas imaginativas pelas quais essa população buscou enfrentar os problemas raciais", pontua Cinthia.

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    TJ decide a favor de casamento gay

    Fonte: Diário SP



    O Conselho Superior da Magistratura do Tribunal de Justiça de São Paulo reconheceu nesta quinta-feira a possibilidade de conversão da união estável homoafetiva em casamento.

    A decisão beneficia o casal formado por Charles Bulhões, 24, e Cauê Ricarte, 20, de Bauru. Os dois formam o primeiro casal da cidade a tentar a conversão, o que foi negado em primeira instância. Eles recorreram e ganharam.

    A decisão favorável foi unânime. “Temos mais uma importante vitória no duro caminho pelo reconhecimento da plena cidadania das minorias sexuais”, afirmou um dos advogados, Paulo Iotti. Charles e Cauê já comemoraram a união numa festa, ano passado. Eles precisaram enfrentar resistências iniciais ao namoro.

    Iotti é autor do livro “Manual da Homoafetividade. Da Possibilidade Jurídica do Casamento Civil, da União Estável e da Adoção por Casais Homoafetivos".

    * Este artigo não representa necessariamente a opinião do site, sendo de inteira responsabilidade, assim como seu crédito total, de quem o escreveu.

    Lanterna Verde, novo herói gay, voa para fora do armário

    Fonte: Veja


    Reprodução da HQ "Earth 2", em que o Lanterna Verde reaparece como gay
    Reprodução da HQ "Earth 2", em que o Lanterna Verde reaparece como gay (AP)





















    Forte, destemido, dono de um anel considerado a arma mais poderosa da galáxia e gay. O Lanterna Verde é o mais novo herói a voar para fora do armário, revelou nesta sexta-feira a DC Comics. O personagem, que apareceu nos quadrinhos pela primeira vez em 1940, vai reaparecer como gay no segundo número da HQ "Earth 2" (Terra 2). A revista será lançado nos Estados Unidos na próxima quarta-feira.

    A revelação virá junto com a reapresentação do super-herói em meio à "reinicialização" do universo ficcional DC no ano passado, quando a editora responsável pelas histórias do Super-Homem, Mulher-Maravilha, Batman e Robin, entre outros heróis, decidiu recomeçar a contar as aventuras de cada um deles do início, quando eram jovens.

    Tendência – Ao anunciar que o Lanterna Verde é gay, a DC confirma uma tendência que ganhou força recentemente nos quadrinhos e já está sendo chamada pela imprensa especializada americana de "explosão do orgulho arco-íris", em referência às cores da bandeira do movimento LGBT. Concorrente da DC, a Marvel Comics publicou na semana passada, na revista "Astonishing X-Men", um pedido de casamento do super-herói Northstar a seu namorado – a próxima edição da HQ mostrará o matrimônio dos dois heróis de mesmo sexo.

    Nem mesmo heróis ultrapopulares escaparam. Recentemente, o roteirista de HQ Grant Morrison afirmou que o Batman é gay. "Não estou usando o termo gay de modo pejorativo, mas a verdade é que Batman é muito, muito gay", disse à Playboy americana.

    A onda de heróis de quadrinhos saindo do armário ocorre exatamente depois que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou que é a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo.

    * Este artigo não representa necessariamente a opinião do site, sendo de inteira responsabilidade, assim como seu crédito total, de quem o escreveu.

    Posição de Obama sobre casamento gay influi na opinião pública

    Fonte: Linha Aberta

    A declaração de apoio do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao casamento homossexual pode ter levado alguns norte-americanos, especialmente negros e hispânicos, a reconsiderar sua oposição a isso, como revela uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada nesta sexta-feira.

    Em 9 de maio, Obama se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a se posicionar favoravelmente ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Democratas, ativistas e outros viram nisso um marco nos direitos civis do país, enquanto líderes republicanos e conservadores cristãos criticaram Obama por inserir um tema tão polêmico na campanha eleitoral deste ano.

    A pesquisa pergunta aos entrevistados se eles são contra o casamento homossexual, se apoiam uniões civis homossexuais, se apoiam o casamento homossexual ou se não têm opinião formada.

    A manifestação de Obama parece ter tido impacto particularmente entre os afroamericanos. Antes de 9 de maio, 34 por cento dos negros se opunham ao casamento homossexual. Agora, só 23 por cento são contra.
    Nesse grupo, o apoio às uniões civis subiu de 19 para 28 por cento, mas o apoio ao casamento homossexual propriamente dito caiu de 31 para 29 por cento. O número de indecisos subiu de 16 para 21 por cento.
    "Os norte-americanos negros são um eleitorado crucial para o presidente com vistas a novembro, e essa mudança de atitudes é uma boa notícia para Obama. Se ele conseguir liderar e formar a opinião, ao invés de apenas reagir a ela, poderá governar mais efetivamente caso obtenha um segundo mandato", disse Julia Clark, do instituto Ipsos.

    Obama é o primeiro presidente negro dos Estados Unidos.

    Entre os hispânicos, maior minoria dos Estados Unidos, potencialmente decisiva em alguns Estados eleitoralmente estratégicos, o apoio ao casamento gay saltou de 46 para 51 por cento depois da fala de Obama. A oposição hispânica à prática caiu de 23 para 20 por cento.

    Entre os brancos, a oposição ao casamento gay caiu apenas dois pontos percentuais, de 27 para 25 por cento, e o apoio cresceu na mesma medida, de 39 para 41 por cento.

    A análise dos dados gerais da população, combinando os três grupos étnicos, não estava imediatamente disponível.

    Os dados foram recolhidos pela Internet, numa pesquisa feita diariamente pela Ipsos para a Reuters. Eles levam em conta todas as entrevistas feitas desde janeiro de 2012. A pergunta sobre o apoio ao casamento homossexual consta desde o início da série.


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