quarta-feira, 30 de novembro de 2011

    Fan Fic - Marcela e Marina (Amor e Revolução) - PARTE 5

    • Para quem não leu as outras partes: Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4

    Duas semanas depois, no jornal...

    Marcela está conversando com Marina em sua sala e, apesar da promessa de Marina, apenas Mário e Thiago sabem que as duas são namoradas, pois Mário havia perguntado à Marina e ela confirmou a ele, pedindo sua discrição, que reagiu com espanto, porém, sem realizar nenhum tipo de comentário preconceituoso e desejou felicidades às duas.

    - Amor, um rapaz veio aqui deixar suas referências e eu o achei muito capaz para trabalhar aqui. – Diz Marina.

    - E qual será o cargo dele? – Diz Marcela.

    - Bem, eu acho que precisamos melhorar as edições do Caderno Cultural, e creio que ele fará um ótimo trabalho aqui. – Diz Marina.

    - Que bom! E quando ele virá trabalhar? – Diz Marcela.

    - Amanhã, provavelmente. Mas eu vou precisar que você dê algumas orientações a ele, mas assim, só no início mesmo... Até ele se adaptar. O nome dele é Carlos. É um amigo do Pedro, o rapaz que fica na parte da administração.

    - Tudo bem, sem problemas, meu amor... Ah, sabe o que eu tava pensando? – Diz Marcela.

    - O quê? – Diz Marina.

    - Em nos casarmos... Estava falando sobre isso com você em outro dia, mas o Thiago chegou em sua casa e me interrompeu... – Diz Marcela.

    - Mas como, meu amor? – Diz Marina.

    - Ah... Nós moraríamos juntas... Poderíamos fazer uma festinha aos íntimos, nós duas vestidas de noivas, o que acha? – Diz Marcela.

    - Você é louca, Marcela! Ninguém vai aparecer no casamento! – Diz Marina, sorrindo.

    - Oras... Aparece quem quiser, aliás, você me disse que não teria mais problema em assumir. – Diz Marcela.

    - Não, meu amor, não me entenda mal... Outro dia contei ao Mário sobre nós duas... Não precisei chegar com ele e falar. Ele perguntou e eu confirmei. Se fosse em outro momento, eu mentiria, ou desconversaria... Não precisamos fazer um anúncio também... – Diz Marina.

    - Mas se nos casarmos, teremos que fazer... Quero que seja tudo como deve ser... Por mais que não tenha validade jurídica, tem valor sentimental... Acho que só assim me sentiria casada de verdade. Eu sempre sonhei com isso, Marina... E quando te conheci e me apaixonei por você, imaginei tantas vezes você, ali, linda, subindo ao altar comigo, trocando alianças... Tá, não será em uma igreja, mas nada nos impede de trocarmos alianças e comemorarmos com nossos amigos a nossa felicidade. – Diz Marcela.

    - Ai, como meu amor é romântica... – Diz Marina, sorrindo.

    - É sério, amor, não deboche de mim, poxa... – Diz Marcela, sorrindo e fingindo estar chateada.

    - Eu acho linda a ideia, minha querida, mas posso pensar com calma? Achei que iríamos falar para os nossos amigos, não para todos, inclusive para nossos pais... – Diz Marina.

    - Marina, não começa... – Diz Marcela.

    - Me deixa pensar um pouco, tá bem? – Diz Marina.

    - Tudo bem... Agora deixe-me ir para a minha sala. - Diz Marcela.

    *******

    Algumas horas depois, ainda no Jornal...

    Marcela está em sua mesa, trabalhando, e Marta aproxima-se dela para conversar.

    - Como você está? Não nos falamos o dia inteiro. – Diz Marta.

    - Você que tem me evitado ao máximo, Martinha... Sinto tanto a sua falta. – Diz Marcela.

    - É... Mas não do jeito que eu queria, né? Mas tudo bem, deixa pra lá... Só queria mesmo saber se você está bem... – Diz Marta.

    - Estaria melhor se tivesse minha amiga de volta, por inteira... – Diz Marcela.

    Marta sorri, conformando-se com a situação.

    - Tenho uma coisa pra te contar, Marcela... – Diz Marta.

    - Diga. Sou toda ouvidos. – Diz Marcela.

    - Eu tô saindo com uma pessoa... – Diz Marta.

    - Nossa! Fico feliz por você, meu amor... Acho que você merece e muito ser feliz. – Diz Marcela.

    - Pois é... Tem sido até legal, sabe? Consigo deixar as coisas do passado um pouco de lado... Ela é um amor de pessoa, me trata super bem e parece gostar mesmo de mim. Só tenho medo de quebrar a cara de novo... – Diz Marta.

    - Por que, Martinha? – Diz Marcela.

    - Porque eu sempre me dou mal, sabe? Tô cansada disso... Corro atrás das pessoas erradas sempre... Antes era a Bete, que é hétero e tá até namorando um garoto, depois foi de você... Enfim, por isso o medo. – Diz Marta.

    - Mas olha, você é muito nova, Martinha... Tem muita gente ainda pra conhecer; muita coisa ainda a ser vivida... Quando você encontrar a pessoa certa, vai entender porque todas as outras deram errado, simplesmente porque não era pra ser... É só ter calma e paciência, sem desespero... E enquanto essa pessoa não aparece, você conhece pessoas novas, vai se divertindo, passando bons momentos com ou sem companhia... E saiba que eu sempre estarei aqui. – Diz Marcela.

    - Pois é, tô deixando as coisas seguirem seu percurso, vamos ver, né? – Diz Marta.

    - Acho bom! E quem sabe essa não é a garota de sorte? – Diz Marcela.

    - Acho que não... Acho que a gente sabe desde o início quando é a pessoa certa... Sei lá... – Diz Marta.

    - E como é o nome dela? Ela estuda com você? Quantos anos tem? Me conta tudo... Aliás, aqui não dá, vamos marcar um jantar pra colocar os papos em dia? – Diz Marcela.

    - Não sei se seria uma boa ideia... – Diz Marta.

    - Claro que sim! Pare com isso... – Diz Marcela.

    - E a Marina, não vai ficar com ciúmes? – Diz Marta.

    - Claro que não... Ela não sente ciúmes de mim... Ela é bem segura, sabe que eu a amo e confia em mim. Eu que sempre fui a ciumenta... – Diz Marcela, rindo.

    - Mas o que importa é que você tá feliz. Ela ainda continua com aquilo de não querer assumir vocês duas? – Diz Marta.

    - Não... Bem, ocorreu um acidente aqui há umas semanas atrás... – Diz Marcela, que é interrompida por Mário, que chega ofegante dizendo à Marcela que precisa falar com ela.

    - Oi Mário, claro... Com licença, tá, Martinha? Marcamos esse jantar e conversamos mais, tudo bem? – Diz Marcela.

    - Claro, pode deixar. – Diz Marta.

    - Vamos, Marcela. – Diz Mário.

    Marcela acompanha Mário até o corredor da redação.

    - Marcela, desculpa te atrapalhar, mas eu preciso muito da sua ajuda. – Diz Mário, aflito.

    - Não se preocupe, Mário, pode dizer. – Diz Marcela.

    - A Maria, filha do Thiago... Aquela moça que eu gosto, foi presa... – Diz Mário.

    - Meu Deus! E o Thiago já sabe? – Diz Marcela.

    - Não. É por isso que vim aqui pedir a sua ajuda, tanto pra contar a ele, quanto tentar conseguir um habeas corpus e ir à delegacia. – Diz Mário.

    - Claro, claro, tentarei dar entrada agora mesmo, com licença. – Diz Marcela.

    - Muito obrigada, Marcela, você é um anjo! – Diz Mário.

    - Que isso, Mário... É o meu trabalho, não se preocupe. – Diz Marcela, seguindo em direção à sala em que Thiago trabalha para avisá-lo do ocorrido.

    Marcela avisa a Thiago sobre a prisão de sua filha, fazendo-o ficar desesperado, porém, ela tenta tranquilizá-lo dizendo que tentará conseguir um habeas corpus para soltá-la, e pede para que ele avise Marina. Thiago a agradece e diz à Marcela que ela tem um bom coração.

    ******

    Algumas horas depois, na delegacia do DOPS...

    Marcela encontra o delegado Aranha e diz que está com um habeas corpus para soltar Maria Paixão. O delegado afirma que ela não se encontra na delegacia. Marcela afirma que sabe que ela está lá e exige que ela seja solta.

    - Ela não está aqui, eu já disse! – Diz delegado Aranha.

    - Não brinque comigo, delegado! Cansei de sempre vir aqui soltar um preso político e você afirmar a mesma coisa e, quando ele é solto, muito tempo depois, após tantas torturas, descobrimos que ele estava o tempo inteiro aqui. – Diz Marcela, incisiva.

    - Olha aqui, doutorinha, por mais que eu adore estar em companhia de moças bonitas, tenho mais o que fazer. Por favor, retire-se daqui! – Diz delegado Aranha.

    - Não sairei até que a Maria Paixão seja solta, delegado! Não adianta, dessa vez não cederei. – Diz Marcela.

    - Azar o seu. Fique aí, se quiser um cafezinho, é só avisar, doutora. – Diz delegado Aranha, em tom de deboche.

    - Pare de palhaçada, delegado. Ficarei aqui até o senhor enjoar da minha cara. – Diz Marcela.

    - Acho difícil... Mas é até bom que eu terei uma companhia feminina, aliás, esse vestidinho que a senhora está usando faz aflorar a imaginação de qualquer homem, mas se a senhora não se importa, continuarei meu trabalho. – Diz delegado Aranha.

    Após duas horas sentada, Marcela resolve ir para casa e voltar no outro dia. Ao chegar em sua casa, recebe um telefonema de Marina, que pede para que ela vá até a sua casa e durma com ela, pois está com saudades. Marcela vai até a casa de Marina e as duas dormem juntas.

    ******

    No dia seguinte, no jornal...

    Marcela e Marina chegam ao jornal e seguem em direção à sala de Marina. Após cerca de meia hora, aparece Carlos, o novo funcionário e entra na sala de Marina.

    - Bom dia, dona Marina. Estou aqui para o primeiro dia de trabalho. – Diz Carlos.

    - Olá, Carlos, seja muito bem-vindo! Essa aqui é a Marcela, ela irá lhe direcionar até a mesa em que ficará por enquanto, até aprender mais ou menos como as coisas funcionam. – Diz Marina.

    - Olá, Carlos, tudo bem? – Diz Marcela.

    - Vai ser um prazer receber orientações de uma moça tão linda... – Diz Carlos, deixando Marcela desconfortável, enquanto Marina tenta controlar o seu ciúme.

    - Tudo bem, vocês já podem ir. – Diz Marina, em tom ríspido.

    - Vamos lá. – Diz Marcela, que acompanha Carlos até a sua mesa.

    Algumas horas depois, ainda no jornal...

    ******

    Marcela está instruindo Carlos, que não consegue evitar os olhares de desejo à Marcela.

    - Querido, vou beber uma água e já volto para continuarmos, está bem? – Diz Marcela.

    - O que você quiser... Você que manda. – Diz Carlos, deixando Marcela desconfortável, novamente.

    Marcela segue em direção ao bebedouro e, quando está retornando à sua sala, encontra Carlos que diz estar indo beber água também.

    - Vou lhe esperar em minha mesa. – Diz Marcela.

    - Não, espera... Eu sei que você notou que desde que lhe vi, não consegui parar de olhar para os seus olhos... Que lindos que eles são. Me deixaram encantado. – Diz Carlos.

    - Obrigada. Vou lá para a minha mesa. – Diz Marcela, tentando desconversar.

    - E não são apenas os olhos, você é toda bela, aliás, acho que nunca vi uma mulher tão bela em toda a minha vida. – Diz Carlos.

    - Obrigada novamente, mas... – Diz Marcela, sendo interrompida por Carlos, que segura levemente o seu braço.

    - Eu sei que você também me olhou de uma forma diferente, me tratando bem, confessa que também me quer... – Diz Carlos.

    - Que isso? Você se confundiu, não é nada disso... – Diz Marcela, tentando se desprender de Carlos.

    - Confessa, vai, vem cá, me dá um beijo! – Diz Carlos, aproximando-se de Marcela para beijá-la, que é surpreendido por Marina, que estava saindo de sua sala e observa a cena, atônita.

    - Espera aí, pare já com isso! Ela é a minha mulher! – Grita Marina, em tom de desespero, alto o suficiente para que todos na sala em que Marcela trabalha escutem.

    - Como assim? Não estou entendendo. – Diz Carlos, soltando Marcela, que sorri, orgulhosa da atitude de Marina.

    - É isso mesmo que vocês escutaram. Gente, eu e a Marcela vamos nos casar! – Diz Marina.

    - Marina... – Diz Marcela, emocionada.

    - Meu amor, eu aceito o seu pedido de casamento. Quero que todos saibam que eu sou muito amada e tenho uma pessoa maravilhosa ao meu lado. – Diz Marina, deixando todos surpresos.

    Alguns sorriem felizes pelo amor das duas. Marina aproxima-se de Marcela e a beija, apaixonadamente. Todos aplaudem e as duas choram juntas, emocionadas, enquanto Carlos pede desculpas à Marina e diz que não sabia que as duas eram um casal. Marina diz a ele que está tudo bem já que tudo foi esclarecido. Thiago segue em direção às duas e as parabeniza pelo noivado e diz que deseja tudo de melhor a elas.

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    Em breve, a continuação da Fanfic. Beijocas a todos!

    terça-feira, 8 de novembro de 2011

    Fan Fic - Marcela e Marina (Amor e Revolução) - PARTE 4

    Para quem não leu as outras partes: Parte 1 Parte 2 Parte 3

    *******

    Algumas semanas depois.

    Marina está sentindo muitas dores e Marcela diz a Thiago que é necessário que levem logo Marina ao hospital, pois ela deve estar em trabalho de parto.

    - Meu Deus, vou levá-la imediatamente! – Diz Thiago.

    - Eu vou com vocês! – Diz Marcela.

    - Não precisa, eu estou indo e já é o suficiente! – Diz Thiago.

    - Você vai querer implicar comigo justo agora? Vamos logo! – Diz Marcela.

    Thiago, Marcela e Marina seguem em direção ao hospital.

    No hospital...

    Enquanto estão na sala de espera, Marcela e Thiago se entreolham.

    - Você sabe que não havia necessidade nenhuma de você vir, não é, dra. Marcela? – Diz Thiago, com sarcasmo.

    - Eu me preocupo com a Marina, você sabe disso. Aliás, você sabe muito mais que isso... – Diz Marcela.

    Thiago esboça um sorriso sarcástico e Marcela segue em direção ao corredor para beber água.

    - Decidiu ir embora, Doutora? – Diz Thiago.

    - Só estava indo beber água... E não precisa me chamar de doutora, acho que já temos intimidade o suficiente pra nos falarmos simplesmente por nossos nomes. – Diz Marcela, visivelmente irritada.

    - Se você acha que roubar a mulher alheia lhe dá intimidade, então vou passar a lhe chamar apenas de Marcela. – Diz Thiago.

    - Eu não entendo todo esse sarcasmo, Thiago, isso tudo é rancor? Eu não roubei a Marina de ninguém, até porque, ela nunca foi verdadeiramente sua... – Diz Marcela.

    - O que você quer dizer com isso? – Diz Thiago.

    - Todo mundo sabe que a Marina moldava um par ideal em relação a você... Ela te imaginava o homem perfeito... Mas todos sabemos que a nossa imaginação costuma superar e, no seu caso, muito, o real... – Diz Marcela, olhando fixamente nos olhos de Thiago e sorrindo com escárnio.

    - Você está querendo me atingir, mas não vai conseguir... Por um lado, você tem razão, a Marina procurava um homem perfeito... Homem, não mulher. – Diz Thiago, dando ênfase à palavra “homem”, como forma de menosprezar o fato de Marcela ser uma mulher e Marina, até namorar Marcela, ter vivido apenas relações heterossexuais.

    - Pois é, mas como você pode ver, às vezes a nossa imaginação acaba não sendo aquilo que queríamos verdadeiramente... Veja a Marina, imaginou tanto estar com você e, quando teve essa oportunidade, viu que não era o que ela queria, e agora ela está co... – Diz Marcela que, ao estar prestes a revelar que está com Marina, decide se acalmar e respeitar a vontade dela de não dizer aos outros ainda o que está acontecendo entre elas, assim, diminui a voz quando iria falar “comigo”.

    - Como? – Diz Thiago.

    - Está confusa... Não sabe direito o que quer, foi isso que eu quis dizer... – Diz Marcela.

    - Marcela, respeite a Marina e aceite que ela nunca vai ceder a você... Não adianta, ela mesma já me disse que não teria como ter algo com você. – Diz Marcela.

    - Olha, Thiago, eu não vou ficar aqui me irritando com você... Eu dou tempo ao tempo, e acho melhor você fazer o mesmo, e procure uma mulher pra você ao invés de ficar atrás da Marina que não quer nada com você. – Diz Marcela.

    - E nem com você, não é mesmo? – Diz Thiago, ironicamente.

    - Ai, Thiago, vê se vai tirar a paciência de outra pessoa. Vou beber a minha água que é o melhor que eu faço! – Diz Marcela.

    ******

    Horas depois, ainda no hospital...

    Acontece o parto de Marina e ela dá a luz a um lindo menino, porém, houve a necessidade de se fazer uma cirurgia cesária. O médico de Marina dá a notícia a Thiago e Marcela, e diz que o bebê está na incubadora e que Marina está repousando. Os dois seguem até a incubadora e vêem de longe o bebê, emocionados.

    ******

    Duas semanas depois...

    Marina está amamentando Matheus – nome escolhido por Marina, após Thiago querer que o filho se chamasse Mathias, como uma quase junção dos dois nomes, “Ma” de Marina e “Thia” de Thiago, porém, Marina achou que seria mais bonito colocar o nome de seu filho de “Matheus” -, enquanto Marcela está preparando a próxima troca de fralda. Marina a olha carinhosamente, admirando-a por estar sendo como uma mãe para o seu filho.

    - Ei, mamãe, vem aqui um pouco... – Diz Marina, sorrindo.

    - Mamãe? – Diz Marcela, rindo.

    - É... Você está tão “mãezona” ajeitando a fralda do Matheus... Parece até mais mãe que eu... – Diz Marina, sorrindo.

    - É que eu já amo esse menino como se fosse meu filho, acredite. – Diz Marcela.

    - Eu acredito, meu amor... Eu vejo... – Diz Marina.

    - Sabe... Tudo o que eu queria era logo poder casar com você... É... Eu sei, não podemos nos casar oficialmente; isso não é permitido no Brasil... Aliás, não é permitido nem mesmo o divórcio, o que dirá um casamento entre mulheres... Mas eu queria poder morar com você e realmente cuidar dessa criança como se fosse minha... – Diz Marcela, que é interrompida pela campainha.

    - Você pode abrir pra mim? – Diz Marina.

    - Claro, meu amor... Não se preocupe com isso, fique quietinha aí e continue alimentando o nosso menino... – Diz Marcela, sorrindo, enquanto Marina a olha com carinho e paixão.

    Marcela segue em direção à porta e, ao abri-la, surpreende-se com Thiago, reciprocamente.

    - Marcela, o que você faz aqui? Mudou-se, foi? – Diz Thiago.

    - Oi, Thiago. Eu estava aqui ajudando a Marina a cuidar do Matheus... – Diz Marcela.

    - Sei... Mas cadê a Marina? – Diz Thiago, entrando na casa de Marina de forma grosseira.

    - Ela está no quarto, amamentando o menino, deixe-me chamá-la... – Diz Marcela.

    - Não precisa, eu vou direto, já fomos casados, lembra? – Diz Thiago.

    - Você quer dizer “namorados”... É... Bem, não vamos discutir, né? – Diz Marcela.

    - Quem era, meu amor? – Grita Marina para Marcela, achando que a pessoa que fora visitá-la já havia saído.

    - Sou eu, Marina. – Grita Thiago, enquanto segue em direção ao quarto, deixando Marcela desconcertada.

    - É... Oi, Thiago, não imaginei que fosse você... – Diz Marina, um pouco desconcertada.

    - Como não? Eu sou o pai do bebê. É natural que eu venha visitar o meu filho e ajudar a minha ex-mulher, não acha? – Diz Thiago.

    - É claro, claro... – Diz Marina.

    - Marina, quando você acabar me diz para que eu troque a fraldinha dele... – Diz Marcela.

    - Nossa, vocês estão realmente íntimas, não é? Já ficam de “meu amor” pra lá, “meu amor” pra cá... A Marcela já praticamente se instalou aqui na sua casa e até cuida do nosso filho... – Diz Thiago, em tom de sarcasmo, dando ênfase à palavra “nosso”.

    - Olha como você é, Thiago... A Marcela é minha amiga e só está me ajudando. Só isso. – Diz Marina.

    - É isso mesmo, Marcela? – Diz Thiago.

    Marcela pensa em falar a verdade e, mesmo triste com essa situação, resolve respeitar a decisão de Marina.

    - É, Thiago, infelizmente eu sou apenas amiga da Marina. – Diz Marcela, dando ênfase à palavra “infelizmente”.

    Thiago sorri discretamente de forma debochada para Marcela, enquanto Marcela se sente triste e tenta não olhar para os dois.

    *******

    Uma semana depois, no jornal...

    Quase todos os funcionários já foram para casa. Thiago entra na sala de Marina e os dois conversam sobre a próxima edição. Thiago pergunta à Marina como ela está se sentindo.

    - Fisicamente eu estou bem... Mas fico triste em ter que deixar meu filho tão pequeno com uma babá, mesmo que seja por algumas horas por dia... – Diz Marina.

    - É... Eu sei... Sabe, Marina, eu estive pensando seriamente sobre nós dois... – Diz Thiago.

    - Como assim? – Diz Marina.

    - Pensei no nosso filho e em toda essa situação... Você cuidando sozinha dessa criança... É, eu sei, eu sei que vou sempre ver o Matheus e estou tentando dar o máximo de assistência que posso, mas não é a mesma coisa... Um filho precisa de um pai presente, todos os dias em sua vida... Eu sei que nós passamos por momentos difíceis, brigamos muito, mas acho que deveríamos dar uma nova chance a nós dois. – Diz Thiago.

    - Thiago... Essa hipótese está fora de cogitação. – Diz Marina.

    - Por quê? O que custa nós tentarmos... Hum? Serei um bom marido e pai, cuidarei de você com todo o carinho que você merece... Mudarei esse meu jeito e tentarei ser mais compreensivo, eu prometo a você, hum? Que tal? Nós dois, juntos, novamente... – Diz Thiago, aproximando-se de Marina.

    Thiago toca o rosto de Marina e tenta beijá-la. Neste momento, Marina o empurra e diz que não há mais jeito para eles dois.

    - Por quê? Só um beijo, vai... E você vai ver... – Diz Thiago, tentando beijar Marina de forma forçada. Marina o empurra e grita: “Não, Thiago, não dá, eu já disse!”.

    - Por que não? – Diz Thiago, visivelmente irritado e assustado por quase ter caído no chão após o empurrão de Marina.

    - Porque eu tenho outra pessoa! – Diz Marina, quase sem fôlego.

    - Já, Marina? Quem é? O Mário de novo? – Diz Thiago.

    - Não é da sua conta... Aqui você é meu editor e lá fora você é o pai do meu filho. Só. Não temos mais nada! A nossa única relação é essa! – Diz Marina.

    - Tudo bem, tudo bem... Eu não vou mais lhe perturbar, com licença. – Diz Thiago, saindo de sala.
    Marina respira fundo e, alguns minutos depois, Marcela entra na sala.

    - Marina... – Diz Marcela, que interrompe a sua fala ao ver Marina com um olhar triste e confuso.
    - O que houve, meu amor? – Diz Marcela.

    - Ah, o Thiago perturbando a minha vida... Parece que agora ele se transformou em outra pessoa, só sabe me perturbar. – Diz Marina.

    - Não liga pra ele... Vem cá, como você está? – Diz Marcela.

    - Fora isso, eu estou bem... Melhor agora que você entrou e pode me dar um abraço bem apertado... – Diz Marina, mudando seu olhar e sorrindo.

    - Hum... Seu pedido é uma ordem... – Diz Marcela, aproximando-se de Marina.

    As duas se abraçam carinhosamente e Marcela diz à Marina que não aguenta mais viver tudo com medo, às escondidas, e que elas não devem nada a ninguém.

    - Eu não sei, Marcela... – Diz Marina.

    - O que você não sabe? Você não me ama, é isso? – Diz Marcela.

    - Claro que amo! Você sabe disso... e muito! – Diz Marina.

    - Então qual é o problema de tudo isso? Você tem vergonha de mim? – Diz Marcela.

    - Não é isso... Eu não sei... Não quero chocar as pessoas. – Diz Marina.

    - Me diz uma coisa... Alguém aqui paga as suas contas? Alguém aqui lhe leva remédios quando você está doente? Quem aqui te ama de verdade e está disposta a passar o resto da vida com você? – Diz Marcela.

    - Eu sei, meu amor... Sei que você tem razão... Me dá só mais um tempo, tá bem? – Diz Marina, enquanto Marcela permanece triste e cabisbaixa.

    Marina aproxima-se de Marcela e toca seu rosto com carinho, levantando-o para que ela a olhe. As duas trocam olhares de paixão e Marina beija o canto da boca de Marcela e, em seguida, beija sua boca levemente, até intensificar o beijo, enquanto Marcela toca o corpo de Marina, fazendo com que ela esqueça que está no jornal e nem mesmo ouça baterem na porta. Thiago entra na sala e se mostra perplexo com a cena, deixando-as muito assustadas, sem reação.

    - Thiago... – Diz Marcela, sem saber o que falar.

    - Desculpa, eu volto depois. – Diz Thiago, ainda atônito.

    - Ei, Thiago, espera... – Diz Marina.

    - Vocês... É... Vocês estão... Marina, você não tem vergonha? – Diz Thiago, atordoado, pausando as palavras.

    - Do quê, Thiago? – Diz Marina.

    - Dessa safadeza que você está fazendo. Você tem um filho, esqueceu? – Diz Thiago.

    - Isso não é safadeza, é amor, Thiago! – Diz Marcela.

    - Com licença, eu não estou falando com você, sua... “mulher-macho”! – Diz Thiago, enfurecido.

    - Olha aqui, Thiago, você não tem o mínimo direito de me desrespeitar! – Diz Marcela, enquanto Marina permanece quieta, sem saber o que dizer.

    - Que nojo de vocês! É isso que eu sinto... Asco! Nojo de vocês duas! E meu filho nesse antro de promiscuidade! – Diz Thiago.

    - Olha aqui, Thiago, eu nunca desrespeitei o Matheus, muito pelo contrário, eu cuido dele como se fosse meu filho! Nojo é violência, essa ditadura que reprime a liberdade de expressão, essas torturas, e não o amor! Portanto, não abra a boca pra falar de mim, você não pode dizer isso! – Diz Marcela, já sem paciência.

    - Coitada de você... Imagine como vocês fazem sexo... Que nojo de vocês! – Diz Thiago.

    - Ai, meu Deus! – Diz Marina, ainda atônita com toda a cena, sem acreditar no que Thiago falara.

    - Pode ter certeza de que eu dou muito mais prazer a ela que você! Ela mesma me disse... Você, sim, é um nojo, em todos os sentidos! – Diz Marcela.

    - Marcela! – Diz Marina, assustada.

    - Olha aqui, sua “sapatona” dos infernos, eu não permito mais que você fique próxima ao meu filho, você entendeu? Ele merece ser bem criado e você é um péssimo exemplo. Imagine o que vai ser dele, sendo criado em um ambiente de safadeza, ainda vai virar “veado”. Se vocês querem viver nessa promiscuidade, o problema é de vocês, mas do meu filho você não chega perto, você entendeu, sua infeliz? – Diz Thiago, transtornado.

    - Thiago, você está passando dos limites, nos respeite! – Diz Marina.

    - Isso tudo é rancor por você não ser macho o suficiente e perder a mulher pra outra mulher, é? – Diz Marcela, nervosa, deixando Thiago mais transtornado ainda que, ao não aguentar as respostas de Marcela, revida com um tapa em seu rosto. Marina se assusta e Marcela põe a mão em seu rosto e chora de dor, física e psicológica. O tapa de Thiago fora tão forte que atingira o maxilar de Marcela, que a faz cuspir um pouco de sangue. Marina está perplexa e abraça forte Marcela.

    - Olha o que você fez, Thiago! Você está completamente louco! – Diz Marina, extremamente irritada.
    - Me desculpe, Marina... Eu perdi a cabeça. – Diz Thiago.

    - Você tem que pedir desculpas à Marcela... Olha como ela está, cuspindo sangue, Thiago! – Diz Marina, indignada com o que acabara de acontecer, enquanto Marcela chora baixo.

    Marina olha para Marcela e toca em seus cabelos.

    - Meu amor, nós vamos ao médico... Precisa ver isso... Vem cá, vem... Eu te amo. Me perdoa... – Diz Marina.

    Thiago sente-se constrangido com toda a situação, tanto com o fato de ter cometido uma loucura ao passar dos limites chegando a agredir Marcela, como por vê-las como um casal e perceber o quanto Marina gosta de Marcela.

    - Deixa que eu levo vocês... Me perdoe, Marcela... Eu não sei o que deu em mim... – Diz Thiago.

    - Não precisa, Thiago, eu só preciso colocar um pouco de gelo e vai ficar tudo bem... Com licença, Marina. – Diz Marcela, desprendendo-se do abraço de Marina.

    - Marcela, eu não vou deixar você sair daqui assim... Você vai comigo pra casa. – Diz Marina.

    - Tudo bem. – Diz Marcela, triste, enquanto Marina aproveita para arrumar as suas coisas e pegar as de Marcela para que elas possam ir embora.

    - Eu já vou, Marina... Marcela, mais uma vez, me perdoe... Eu não sei nem o que dizer, o que deu em mim... Eu agi muito mal e reconheço isso... Nem parecia eu... Vocês sabem que eu não sou assim, por favor, entendam... – Diz Thiago.

    - Depois conversaremos com mais calma, Thiago, agora nós vamos embora. – Diz Marina.

    Marcela e Marina seguem em direção ao carro e vão para a casa de Marina. Ainda no carro, Marcela diz à Marina que isso tem que terminar, e Marina concorda e diz que não vai mais omitir a relação das duas e se arrepende por ter feito isso por tanto tempo.

    - Agora nada, nem ninguém, irá destruir o nosso amor... – Diz Marcela, beijando as mãos de Marina.

    - Nada, nem ninguém, meu amor... Nem ninguém! – Diz Marina, sorrindo apaixonadamente à Marcela.

    Em breve, continuação da Fanfic! 
    Beijocas.
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