• Para quem não leu as outras partes:
Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4 Parte 5 Parte 6 Parte 7
Ainda no jornal, à noite...
Marcela entra na sala de Marina para que as duas possam ir juntas à casa de Marina, e Marcela percebe Marina com um semblante extremamente preocupado, com aspecto de quem estaria chorando por horas.
- Marina, agora você não pode dizer que não aconteceu nada! Eu tô vendo nos seus olhos que há algo de errado! – Diz Marcela.
- Para de me pressionar, Marcela, mas que coisa! – Diz Marina, com leve irritação.
- Mas o que é isso, Marina? Isso é jeito de falar comigo? – Diz Marcela.
- É que você fica o tempo todo perguntando a mesma coisa... Eu já disse que não há problema algum... Poxa, confia em mim! – Diz Marina.
- Desculpa, Marina... Eu só quero te ver bem e feliz, só isso... E percebi que você não está bem, ainda mais agora falando desse jeito comigo... Mas se você não quer me contar, eu tenho que respeitar, não é mesmo? – Diz Marcela, visivelmente magoada.
- Espera aí, Marcela... Vem cá, me desculpa... Eu não queria ser grossa com você. – Diz Marina.
- Pois é... Mas foi. Parece até a Marina de antes, que me tratava mal... – Diz Marcela.
- Claro que não, meu amor, me perdoa... Vamos embora... Vou preparar uma comidinha pra gente, que tal? – Diz Marina, tentando sorrir e acalmar Marcela.
- É mesmo? Hum... Tudo bem. Vamos. – Diz Marcela, mais calma, sorrindo para Marina.
As duas arrumam os seus pertences e seguem em direção ao carro de Marcela.
Thiago segue em direção à sala de Marina, para lhe comunicar que deve sair do jornal, como fora combinado há algumas semanas.
- Marina, precisamos conversar. – Diz Thiago.
- Eu sei... Imaginei que você viria hoje falar comigo... Você vai sair do jornal, não é? – Diz Marina.
- É, Marina, chegou a hora... Preciso acabar de resolver tudo pra sair do país com a Laura, a minha companheira. – Diz Thiago.
- Tudo bem, Thiago. Sentiremos sua falta. Me avise quando for embora para que eu possa me despedir de você. – Diz Marina, aparentemente distraída.
- Claro, Marina, pode deixar, eu avisarei. Me desculpe me intrometer assim na sua vida, mas que cara é essa? – Diz Thiago.
- Até você, Thiago? – Diz Marina.
- Não fique irritada, Marina... Mas é que você vai casar com “aquela pessoa”, não deveria estar feliz? – Diz Thiago.
- Por que não falar simplesmente “Marcela”? E sim, estou muito feliz em poder dividir o resto da minha vida com a pessoa que eu amo. – Diz Marina.
- Então o que lhe atormenta? – Diz Thiago.
- Ah... São esses olhares tortos de algumas pessoas, sabe? Aqui no jornal mesmo... Eu sei que muitos aqui só não falam nada na minha frente por eu ser a patroa, mas sei bem que falam de nós duas pelas costas... – Diz Marina.
- Mas por que você se importa com isso? Alguém aqui, além dos seus reais amigos, fazem algo por você? – Diz Thiago.
- Eu sei, Thiago, que eu não deveria ficar assim... Mas tudo bem, não quero mais falar sobre isso, me desculpe. – Diz Marina.
- Tudo bem, Marina... Então já vou indo... Vou apenas pegar as minhas coisas e me despedir de todos na redação e irei para casa. – Diz Thiago.
- Está bem, Thiago. Boa sorte! – Diz Marina.
Thiago segue em direção à sala em que trabalha e se despede de todos.
Algumas semanas depois...
- Falta um mês para o nosso casamento, meu amor! – Indaga Marcela, feliz.
- É verdade, meu amor... Aliás, já mandei convite a todos... – Diz Marina.
- Pois é... Eu queria falar sobre isso com você... Minha mãe recebeu o nosso convite e me telefonou ontem à noite. – Diz Marcela, aparentemente preocupada.
- Ai, meu Deus! Esqueci de lhe avisar que havia enviado os convites para a sua família... Não era a minha intenção lhe chatear, meu amor. – Diz Marina.
- Calma, amor, ela teria que saber algum dia... Aliás, eu imagino que ela já sabia disso há algum tempo... – Diz Marcela.
- Por que você diz isso? – Diz Marina.
- Porque eu contei ao meu irmão e ele provavelmente deve ter contado a ela... – Diz Marcela.
- Mas por que você contou ao seu irmão? – Diz Marina.
- Ah, queria dividir minha felicidade com ele... Na verdade, ele já sabe da minha orientação sexual há muito tempo... Quando eu era muito menina, com uns 14 ou 15 anos, eu tinha uma amiguinha... Sabe, coisa de jovem, que dorme na casa da colega, a mãe vai deixar e buscar... As duas brincam de boneca, depois crescem mais um pouco e falam de namoros, enfim... – Diz Marcela, rindo.
- Já até imagino... – Diz Marina, sorrindo.
- Pois é... Um dia essa minha amiga, a Suzana, veio dormir lá em casa, ficamos até tarde brincando, batendo papo e... – Diz Marcela.
- E o quê? – Diz Marina, curiosa.
- Bem, ela disse que nunca havia beijado um garoto. Eu sempre olhei para as meninas de uma forma diferente, mas como naquela idade não tinha muita malícia, pela criação que recebi, pois meus pais pegavam muito no meu pé, nunca tive certeza do que eu gostava realmente, ao menos naquela época. Enfim, eu disse a ela que o melhor jeito de treinar antes de beijar um garoto realmente, era beijando uma amiga, pois éramos mulheres mesmo e não havia problema, assim não passaria vergonha com algum possível pretendente... E aí nos beijamos e meu irmão entrou bem na hora... – Disse Marcela.
- Caramba! Que danada você, hein? Desde menina, já querendo seduzir as garotas... Mas e aí, o que ele fez? – Diz Marina, rindo da história de Marcela.
- Bem, ele quis fazer um escândalo, contar para os meus pais... Disse que sempre ouviu que não era certo meninas beijarem meninas, ou meninos com meninos... Aquela história preconceituosa que todo mundo escuta um dia. Eu implorei a ele pra não falar e ele acabou não contando, pois era muito apegado a mim... Depois disso, nunca mais tocamos no assunto, e muito menos eu... Queria que ele esquecesse, mas o tempo foi passando e eu nunca arrumei um namorado de verdade, nunca me casei ou tive filhos... Acho que ele foi juntando as coisas e acabou me perguntando há uns anos atrás, e eu revelei que estava apaixonada por você. – Diz Marcela.
- Nossa, que história, hein?! Realmente, seria inevitável você contar a ele... Lembro que ele era apaixonado por mim quando éramos bem novinhas, antes de eu mudar de cidade... Mas a vida fez com que nos reencontrássemos de novo e você acabasse trabalhando pra mim, quem diria... De qualquer forma, ele tendo contado ou não, sua mãe já sabe... Agora temos que enfrentá-la, aliás, teremos que enfrentar os quatro: seus pais e meus pais. Nem sei qual será a reação dos meus pais quando receberem o convite, isso se já não receberam e estão me ignorando... – Diz Marina, um pouco nervosa.
- Calma, meu amor. Vai dar tudo certo. Confia em mim, nós seremos muito felizes! – Diz Marcela.
- Essa é a única certeza que eu tenho, meu amor. A única. – Diz Marina.
Elizabeth, a mãe de Marina, chega até a redação do jornal e procura por sua filha. Elizabeth passa por Marcela mas não a reconhece, pois só a viu quando Marcela ainda era uma criança, e segue em direção à sala de Marina, depois de Ivone mostrar a ela o caminho.
- Mãe! – Diz Marina, assustada ao ver a mãe.
- Vim aqui pra saber que história é essa de você se casar! E com uma mulher, Marina, você perdeu a noção das coisas? – Diz Elizabeth.
- Mãe, eu sei que isso é um choque pra você e para o meu pai, aliás, onde ele está? – Diz Marina.
- Ele ficou no hotel... Ele não consegue nem olhar pra você! Estamos todos muito decepcionados, Marina! Depois que você foi traída pelo Rogério resolveu virar essa... essa aberração, foi? – Diz Elizabeth, visivelmente transtornada.
- Eu não admito que você me trate desta maneira! Há coisas que não podemos explicar... Há certos sentimentos que ficam guardados, esperando a oportunidade de serem manifestados, talvez por medo, receio de opiniões preconceituosas como a sua, não tenham sido expostos antes... Mas quando eu reencontrei a Marcela... – Diz Marina.
- Então o nome dessa mulher que te transformou nisso é Marcela? – Diz Elizabeth.
- Marcela é o nome da mulher da minha vida... Nós vamos nos casar! E eu não admito que a senhora fale assim dela! – Diz Marina, quase perdendo o controle.
- Você não tem vergonha na cara? E o desgosto que está dando para nós que já estamos velhos? Nós sempre tivemos orgulho de você, de conseguir progredir praticamente sozinha, depois que aquele cafajeste sumiu da sua vida, lhe trocou por outra, e agora você nos decepciona como nunca imaginamos que faria. Eu preferia ver você morta a me dar esse desgosto, Marina! – Diz Elizabeth, deixando Marina descontrolada, em prantos.
- Eu é que tenho vergonha de ter uma mãe preconceituosa como você! – Diz Marina, chorando.
- Você se perdeu mesmo, Marina! – Diz Elizabeth, quase gritando.
- Fale baixo pois você está no meu local de trabalho, as pessoas poderão escutar! – Diz Marina, extremamente nervosa.
- Agora você tem vergonha? Quando resolveu esfregar na nossa cara essa sua imoralidade, não teve vergonha alguma! – Diz Elizabeth, sendo interrompida por Marcela, que apesar de estar na sala no momento em que Elizabeth chegara perguntando por Marina, não percebeu a sua presença por estar ocupada com o seu trabalho.
- Marina... É, desculpa te interromper, não sabia que estava com visita. – Diz Marcela, preocupando-se ao notar que Marina estava com os olhos vermelhos de tanto chorar.
- E você, quem é? – Diz Elizabeth, nervosa.
- Eu sou a Marcela, advogada do jornal, muito prazer. – Diz Marcela.
- Então é essa a destruidora de lares? – Diz Elizabeth.
- Mãe, respeite a minha noiva! – Diz Marina.
- Ah, você é a mãe da Marina... Eu não havia lhe reconhecido. – Diz Marcela.
- Mas não teria como reconhecer, eu não conheço pessoas de baixo nível como você. – Diz Elizabeth.
- A senhora me respeite! Não estou fazendo nada à senhora, e disse isso pois a senhora já passou tardes cuidando de mim e da Marina quando éramos crianças... Eu morava com meus pais e meu irmão em frente à casa de vocês, tinha até um cachorro chamado Tico, um vira-lata. – Diz Marcela.
- Então você é a Marcelinha, que fugia pela janela da casa dos seus pais pra ir lá pra casa brincar com a Marina? – Diz Elizabeth, com um tom mais brando, recordando momentos do passado.
- Deve ser... Não lembro muito bem... – Diz Marcela.
- Pois veja no que você se tornou... E ainda fez a minha filha virar “isso” também... Não consigo nem pronunciar esse nome. – Diz Elizabeth, mudando completamente de seu tom suave a um tom agressivo, ofensivo.
- Eu não fiz a cabeça de ninguém. A Marina se apaixonou por mim, assim como eu me apaixonei por ela, e estamos muito felizes! – Diz Marcela.
- Vocês são duas aberrações mesmo! – Diz Elizabeth, furiosa, enquanto Marina chora, angustiada.
- Não sou aberração nenhuma! E muito menos a sua filha! Que amor de mãe é esse, que não quer ver a felicidade da própria filha? – Diz Marcela.
- Eu vou embora! Já falei o que tinha que falar! – Diz Elizabeth, deixando Marina mais angustiada ainda, e Marcela constrangida, sem saber ao certo o que fazer.
- Ah, e sabe do que mais? Olha o que eu faço com o convite de vocês! – Diz Elizabeth, segurando o convite do casamento de Marcela e Marina e o rasgando, em frente a elas.
Elizabeth sai da sala e segue em direção ao hotel em que se hospedou com o pai de Marina. Marcela olha para Marina, que está com as mãos tremendo e os olhos marejados, e a abraça forte, tentando confortá-la. Por sorte, ninguém ouviu ao certo o que havia acontecido na sala de Marina. Após alguns minutos, Marcela retorna ao seu local de trabalho. Marina recebe uma ligação da mesma pessoa que ligara há semanas atrás.
- Olha, eu já disse pra não me ligar! Eu não tenho o menor interesse em ouvir as suas propostas! Não ouse me ligar novamente! – Diz Marina, irritada, à pessoa que está do outro lado da linha telefônica, que lhe fornece o endereço de onde está, para que se encontrem.
Mário encaminha-se à sala de Marina para discutir sobre a capa do jornal do dia seguinte, esquece-se de bater na porta e acaba escutando o final da conversa que Marina tivera ao telefone. Marina percebe que Mário havia entrado e diz ao telefone que precisa desligar. Mário pergunta à Marina se está tudo bem, pois ela parecia irritada, e ela afirma que sim, e que era apenas um telefonema de trabalho. Após conversarem sobre as questões de trabalho, Mário se retira da sala de Marina. Marina, por sua vez, aproveitando que Mário havia saído, aproveita para anotar o endereço que lhe haviam dado ao telefone e reflete sobre o que pretende fazer a respeito.
Marcela, ao longo das semanas, percebe um comportamento estranho em Marina, que se mostra irritada e muito distraída.
- Meu amor, fala pra mim, o que tá acontecendo? – Diz Marcela.
- Ai, essas perguntas de novo? Achei que havia terminado esse interrogatório todo... – Diz Marina.
- Não é interrogatório, meu amor... É só preocupação. Mas me diga, tá feliz que o nosso casamento está chegando? – Diz Marcela, sorrindo para Marina.
- Claro que estou. – Diz Marina, aparentemente seca.
- Sua empolgação me contagia! – Diz Marcela, sarcasticamente.
- Para com isso, amor... Vem cá, vamos dormir que é o melhor que podemos fazer... – Diz Marina, que é interrompida pelo telefone.
Marina segue até a sala para atender ao telefone.
- Alô, quem fala? – Diz Marina.
- Sou eu... E aí, não vai me encontrar? Estou lhe esperando... Sei que você deve ter anotado o meu endereço novo, mas lhe dou de novo só pra reforçar... – Diz a voz do outro lado da linha.
- Tá bom. Tchau. – Diz Marina, disfarçando para que Marcela não percebesse nada.
Marina retorna ao seu quarto, onde Marcela e Matheus estão.
- Quem era, meu amor? – Diz Marcela.
- Era engano. – Diz Marina.
- Tudo bem, então vamos dormir? – Diz Marcela.
- Vamos, meu anjo... Vamos dormir. – Diz Marina, que não consegue dormir a noite inteira pensando na proposta que lhe fizeram ao telefone.
Uma semana antes do casamento...
Marcela chega ao jornal e não encontra Marina, apenas Mário na sala dela.
- Mário, o que houve? Cadê a Marina? – Diz Marcela, preocupada.
- Bem... É melhor você se sentar. – Diz Mário.
- Ai, meu Deus! Fala logo, Mário! Você tá me deixando preocupada! Aconteceu alguma coisa? – Diz Marcela.
- Marcela, eu vou ser bem direto... A Marina não vem pra cá hoje, e talvez não venha a semana inteira... – Diz Mário.
- O quê? Ela tem alguma coisa? Ela está doente? O que houve? Seja mais claro, Mário, pelo amor de Deus! – Diz Marcela, aflita.
- Eu também não sei de muita coisa... Ela me ligou dizendo pra que eu viesse mais cedo hoje pois precisava falar comigo urgentemente, e quando cheguei aqui, ela me disse que era pra eu cuidar do jornal por ela, e que confiava em mim pra isso, pois ela não sabia quando voltaria... – Diz Mário.
- Mas que história é essa? Pra onde ela foi? E o Matheus? Estamos há uma semana do casamento! Está tudo pronto praticamente, e ela não me disse nada! – Diz Marcela, desesperada.
- Marcela... Eu acho que a Marina fugiu do compromisso do casamento. Eu sinto muito. – Diz Mário, com pena de Marcela.
- Ai, eu não merecia isso... Não merecia! Como ela pôde fazer isso comigo? – Diz Marcela, aflita.
- Eu acho que ela não aguentou a pressão dos pais, os falatórios... Você sabe como a Marina é sensível em relação a isso. – Diz Mário.
- Mas isso não justifica me fazer de palhaça desse jeito, Mário! E todos os planos que fizemos! E o Matheus, que é praticamente meu filho também! Que eu cuido como se fosse meu! Pra onde ela o levou? – Diz Marcela.
- Eu não sei bem, mas ela deu a entender que o Matheus está com ela. – Diz Mário.
- Eu não consigo acreditar em uma coisa dessas... – Diz Marcela.
- Quer um conselho, Marcela? Vá pra casa descansar... Você não está bem para trabalhar hoje. Não se preocupe, eu tomo conta das coisas por aqui. – Diz Mário.
- Obrigada, Mário. Estou desolada, não sei nem o que fazer... Tô ficando até um pouco tonta... – Diz Marcela.
- Me aguarde aqui que eu vou lá embaixo chamar um táxi pra você. – Diz Mário.
Marcela vai até a sala onde trabalha e Marta chega, encontrando-a desesperada.
- Meu Deus, Marcela, o que houve? Por que você está assim? – Diz Marta.
- A Marina, Martinha... A Marina... – Diz Marcela, soluçando de tanto chorar.
- O que a Marina fez dessa vez pra te deixar assim, Marcela? – Diz Marta, preocupada.
- Ela fugiu. – Diz Marcela.
- Fugiu? Mas fugiu como? – Diz Marta.
- Eu não sei... Cheguei aqui e o Mário me disse que ela pediu a ele que tomasse conta do jornal e que não sabia quando iria retornar... E falta só uma semana para o casamento, Martinha! Uma semana! Tudo pago e pronto, os convites enviados... Até minha mãe que deu um “piti” ao telefone quando recebeu o convite, principalmente depois que a mãe da Marina a procurou para piorar a situação, disse que iria, mesmo a contra gosto... E agora a Marina some! Eu não sei o que fazer, Martinha... Não sei mesmo. – Diz Marcela, desolada.
- Minha linda, eu nem sei o que te dizer... Mas de uma coisa eu sei, a Marina não te merece... Aliás, nunca te mereceu. Isso é bem típico dela. – Diz Marta.
- Eu tô acabada, Martinha... O que eu faço agora? – Diz Marcela.
- Espera... Eu vou falar com o Mário e vou pedir pra te levar em casa... – Diz Marta.
- Ele saiu pra chamar um motorista... – Diz Marcela.
- Mas eu vou com você... Converso com ele, recebo desconto no pagamento, trabalho em dobro amanhã, não importa. Não vou deixar você assim, nessa situação. – Diz Marta.
- Não quero te prejudicar, Martinha. – Diz Marcela.
- Não se preocupe comigo. Agora temos que ver a sua situação. – Diz Marta, que é interrompida por Mário, que avisa que já conseguiu o táxi.
Marta explica a Mário que acompanhará Marcela, e Mário aceita, já que não possui outra alternativa. Marta e Marcela seguem em direção à casa de Marcela.
- Hoje você vai ser bem cuidada por mim! – Diz Marta.
- Assim eu fico sem jeito, Martinha... – Diz Marcela.
- Para com isso, sou eu, lembra? Eu! Essa pessoa que tanto te amou... – Diz Marta, acariciando o rosto de Marcela, que tenta sorrir, em meio à sua desilusão.
- Aliás, a pessoa que ainda te ama... – Diz Marta.
- Como assim? – Diz Marcela, surpresa.
- Eu ainda te amo, Marcela... Pra lhe dizer a verdade, o motivo de ter terminado com a garota com quem eu estava tendo aquele namorico, e não querer nada também com a vendedora da loja em que fomos, nem com nenhuma outra pessoa, é porque eu não consegui te esquecer... Eu tento, tento, mas simplesmente não consigo. E eu decidi que só me envolveria com alguém quando a tivesse esquecido completamente. Mas acontece que está sendo a coisa mais difícil que eu já tentei fazer em toda a minha vida... Eu sofri tanto pela Bete, sabe? E depois por você... Mas agora você está aqui, comigo, e eu posso ao menos cuidar um pouco de você... – Diz Marta, apaixonada.
- Você é incrível, sabia? – Diz Marcela.
- Pena que não sou o seu amor. – Diz Marta.
- Quem eu sempre quis, acaba me tratando desse jeito... Você, que sempre foi um amor comigo, me ama de verdade, está aqui, comigo, eu não amo... Por que o amor tem que ser tão complicado, hein? – Diz Marcela.
- Por mais que seja duro escutar isso, eu também não sei te responder... Tudo o que eu queria era poder estar no seu coração como a Marina está... Mas esse espaço é dela... – Diz Marta.
- Eu não quero mais nem olhar no rosto da Marina! – Diz Marcela.
- Você diz isso agora, na hora da raiva... Mas não vai ser fácil esquecê-la. – Diz Marta.
- E ela ainda levou o Matheus... Ela não tinha o menor direito de fazer isso! Eu cuido dele como se fosse meu próprio filho. Aliás, eu o considero meu filho! Não há diferença entre ela e eu. Nós duas somos mães dele! Isso tudo é tão injusto... – Diz Marcela, sentando-se no sofá de sua casa.
- É... A vida nem sempre é justa... Mas eu tô aqui com você, viu? Aliás... Mais que isso, se você deixar, eu cuido de você para o resto da vida. Eu te amo. – Diz Marta, aproximando sua boca dos lábios de Marcela, que os olha sem saber o que fazer.
Marcela está prestes a beijar Marta, mas coloca suas mãos nos lábios de Marta e diz que acha que isso não seria uma boa ideia.
- Por que não? – Diz Marta.
- Porque eu não quero te iludir, Martinha... Não quero fazer nenhum mal a quem me quer tão bem. – Diz Marcela.
- Mas eu sei das consequências... Deixa que eu cuide delas... Valerá a pena, acredite. – Diz Marta aproximando-se novamente sua boca dos lábios de Marcela, que se afasta.
- Eu não posso, Martinha. Eu sei que eu não deveria me preocupar com a Marina, mas infelizmente eu sou assim... Eu não posso. – Diz Marcela.
- Tudo bem. – Diz Marta, desolada.
- Vem cá, vem, me dá um abraço. – Diz Marcela.
As duas se abraçam carinhosamente, e Marcela deita-se no colo de Marta, enquanto as duas assistem à televisão.
- Promete ao menos que vai pensar na minha proposta, Marcela? Poderíamos ser tão felizes juntas. – Diz Marta, esperançosa e apaixonada.
- Está bem... Vou pensar, Martinha... Vou pensar com carinho. – Diz Marcela, triste.
Ainda na casa de Marcela...
- Tenho que ir, minha linda. Promete que vai ficar bem sem mim? – Diz Marta.
- Prometo. Pode deixar. – Diz Marcela, tentando sorrir.
Marta vai embora e Marcela segue em direção ao seu quarto. Ao deitar em sua cama, lembra dos momentos bons que teve ao lado de Marina e chora desesperadamente, segurando o travesseiro, como uma adolescente ao perder seu grande amor, por horas ininterruptas. Um choro de gritar, que machuca a alma e avermelha os olhos.
Marcela está trabalhando, quando a mãe de Marina chega à redação do jornal perguntando pela filha.
- A Marina não está aqui... – Diz Marcela, com o olhar triste.
- Tudo bem. Ela está em casa? – Diz Elizabeth, de forma ríspida.
- Não sei. Eu não sei onde a sua filha está. – Diz Marcela.
- Como não sabe? Você não vai se casar com ela? – Diz Elizabeth, com tom de deboche ao pronunciar a palavra “casar”.
- Não vamos mais nos casar. – Diz Marcela.
- Como não? O que houve? Não que eu esteja interessada nessa pouca vergonha de vocês... – Diz Elizabeth.
- Então você deve estar feliz com a notícia. Mas eu não sei o que aconteceu, creio que ela tenha cedido à pressão de vocês e não teve coragem de se unir a mim. Agora, se me dá licença, eu preciso trabalhar. – Diz Marcela, ríspida, aparentemente triste.
- Tudo bem, não precisa falar dessa forma. – Diz Elizabeth.
- Me desculpe se pareci grossa, com licença. – Diz Marcela.
- Espera. – Diz Elizabeth.
- O que foi? – Diz Marcela.
- O que está acontecendo, de verdade? – Diz Elizabeth.
- O que eu acabei de lhe dizer. Eu não sei o que houve com a Marina. Ela simplesmente sumiu com o Matheus, e me deixou nesse estado de angústia, depressão... Enfim, sua filha se preocupa mais com o que os outros pensam do que com o que ela sente, ou ela simplesmente não sente o que eu achava que sentia, ou o que ela me dizia. – Diz Marcela.
- Tudo bem, não preciso saber mais nada disso. – Diz Elizabeth, seguindo em direção à saída.
Elizabeth tenta se lembrar de alguma pista que leve até Marina. Após muito pensar, segue em direção a um lugar.
Elizabeth segue em direção ao lugar que havia pensado e, chegando ao local, bate na porta. Marina atende.
- Mãe? O que faz aqui? – Diz Marina, angustiada.
- Eu fui até o jornal e depois imaginei que você pudesse estar aqui. Eu precisava tentar. Preciso saber o que está acontecendo com a minha filha. – Diz Elizabeth.
- Ai, mamãe... Entra, o Rogério não está. – Diz Marina.
- O que deu na sua cabeça de procurá-lo? – Diz Elizabeth.
- Sente-se aqui que eu vou lhe explicar tudo o que aconteceu. - Diz Marina.
Rogério é o ex-marido de Marina, que lhe abandonou para morar com outra mulher. Porém, terminou seu relacionamento e percebeu que ainda sentia algo por Marina. Após procurá-la, soube que ela estava prestes a se unir a uma outra mulher, mas isso não o impediu de lhe propor algo que seria tentador à Marina, já que ela estava completamente angustiada com tanto preconceito que estava sofrendo, por parte até mesmo de seus pais. Rogério se declarou à Marina e disse que eles poderiam formar uma família, que cuidaria de seu filho como se fosse seu, e que os dois retomariam a vida de casados que um dia tiveram e que Rogério havia estragado. Disse-lhe que ela não precisaria sofrer com preconceito, e viveria uma vida “normal”, como qualquer outro casal. Marina, desesperada e confusa, fugiu de suas propostas, mas depois da rejeição de sua própria mãe, resolveu procurar Rogério.
Marina segue com Matheus em direção à casa nova de Rogério, após ter saído do jornal, desesperada, sem saber o que fazer. Rogério a recebe feliz e profere inúmeras promessas. Marina tenta sorrir, mas está angustiada e só o que consegue pensar é em Marcela. Rogério tenta lhe beijar, mas Marina recua.
- Eu ainda não tô preparada pra isso... – Diz Marina.
- Como assim? Vai dizer que não sentiu saudades de mim? – Diz Rogério, com presunção.
- Pra lhe falar a verdade... O que eu senti por algum tempo não foi bem saudade, mas um orgulho ferido... Desculpa, talvez tenha sido um erro vir pra cá. – Diz Marina, confusa.
- Claro que não... Se você não sentiu minha falta, não tem problema... Eu vou recuperar todo o amor que você sentiu um dia por mim. – Diz Rogério.
- Vou deitar um pouco, tudo bem? – Diz Marina.
- Não vai me dar nem um beijo? – Diz Rogério.
- Eu preciso de um tempo pra me acostumar com tudo isso, tudo bem? Você pode me dar esse tempo? – Diz Marina.
- Tudo bem. – Diz Rogério, chateado.
Marina segue em direção ao quarto de hóspedes e se deita com Matheus. Marina tenta dormir, porém, não consegue de maneira alguma e se lembra de Marcela, de seu cheiro; de sua voz e de todos os momentos maravilhosos que passou ao lado dela. Depois de muito refletir, percebe que nunca havia amado nem Rogério e nem qualquer outro homem, verdadeiramente, pois o que sente por Marcela é algo muito superior a tudo o que já sentiu em toda a sua vida, podendo ser definido como amor de verdade. Marina chora baixo enquanto acaricia a cabeça de Matheus. E nesse estado de nostalgia e angústia, segue seus outros dias na casa de Rogério.
- E foi isso... Mas o problema é que eu não consigo parar de pensar nela, mãe. Eu sei que você acha que isso é errado, mas o que seria o certo, então? Abdicar da nossa felicidade e viver uma vida de tristeza, apenas para não sofrer os olhares preconceituosos da sociedade e, inclusive, dos meus próprios pais? Que certo é esse? Eu não consigo compreender. Não sei o que fazer. Só sei que não aguento mais ficar aqui... Sinto tanta saudade dela... – Diz Marina, com os olhos marejados, desolada.
- Minha filha... Você sabe o quanto eu fui contra tudo isso, e ainda sou... Eu também não suporto o Rogério. Ele sempre será o cafajeste que lhe trocou por outra e, mesmo assim, até algum tempo, era provável que eu dissesse que você deveria ficar com ele... Viver essa vida tradicional... Mas eu passei no jornal e vi os olhos da Marcela. Vi o quanto ela está sofrendo com isso, e que realmente te ama muito. Eu acho que você... Nem acredito que direi isso... Mas acho que você deve reconsiderar a sua decisão. Seria um inferno em minha cabeça ver você morando com outra mulher e criando o meu neto dessa forma... Mas eu não iria conseguir ficar com esse arrependimento pela vida toda de não ter feito nada em prol da sua felicidade... Me perdoe pela forma com que agi... Eu não entendo essas coisas, não estou acostumada... Mas pela sua felicidade, eu vou ter que me acostumar. – Diz Elizabeth, chorando junto com Marina, que a abraça forte.
Após alguns minutos a mais de conversa, Elizabeth vai embora, deixando Marina refletindo sobre o seu futuro, que só consegue pensar em Marcela e chorar.
- Oi, meu amor, acordou cedo... – Diz Rogério.
- Rogério, você realmente me ama? – Diz Marina.
- É claro, meu amor! Você ainda duvida? – Diz Rogério.
- Tudo bem... Me dá um beijo? – Diz Marina.
- Mas é claro! Isso é tudo o que eu queria, meu amor... Que bom que você se decidiu! – Diz Rogério, aproximando-se de Marina para beijá-la.
Rogério beija Marina, que tenta sentir algo com o beijo de Rogério, porém, para o seu desagrado, não consegue, e o empurra.
- Não dá! Realmente, não dá! – Diz Marina.
- O que não dá, meu amor? – Diz Rogério.
- Não dá pra ficar com alguém que eu não gosto... Não sinto nada beijando você, me desculpe... Mas nem se compara ao beijo do meu amor. – Diz Marina, feliz por ter finalmente decidido o que deve fazer.
- Você vai preferir ir atrás de uma mulher a ficar comigo? – Diz Rogério.
- Não é uma mulher qualquer, é o amor da minha vida. – Diz Marina.
- Então vai lá, sua fanchona! – Diz Rogério, revoltado, por ter sido trocado por outra mulher, assim como fizera no passado com Marina.
- Você acha que me ofende com isso? Pode me chamar do que quiser, eu vou defender a minha felicidade, o meu amor! Você sabe o significado da palavra “amor”? Quando souber, vai entender. Tchau, viu?! – Diz Marina, rindo, em direção à saída, com Matheus.
- Vai lá então! – Diz Rogério, enfurecido, chutando tudo o que vê pela frente.
Enquanto isso, no jornal...
Marta entra na sala em que trabalha com Marcela com um buquê de flores. Marcela está sozinha, pois ainda é cedo, e fica encantada, apesar de ainda estar triste e aparentemente sem dormir, com os olhos inchados.
- Isso é pra você, meu amor! – Diz Marta.
- Menina... Só você... – Diz Marcela.
- Não gostou? – Diz Marta.
- Claro que eu gostei. Aliás, eu amei! – Diz Marcela.
- Quero que você aceite isso como uma pequena prova do quanto eu me preocupo com você... – Diz Marta.
- Você é linda, sabia? – Diz Marcela, fazendo Marta sorrir.
Marina chega ao jornal com Matheus no colo. Marta está conversando com Marcela.
- O que você diz da minha proposta, Marcela? Você pensou? – Diz Marta.
- Sim, meu anjo... Eu pensei bem... Mas... – Diz Marcela.
- “Mas”? Mas nunca é coisa boa... – Diz Marta.
- Me perdoe, Martinha... Mas eu ainda amo muito a Marina. Ela não merece, eu sei... Apesar de compreendê-la, eu não poderia fazer isso com ela. – Diz Marcela que, ao terminar a frase, vê Marina entrando em sua sala com Matheus nos braços, emocionada, com os olhos marejados.
- O que você não pode fazer comigo? – Diz Marina, confusa.
- Marina! – Diz Marcela, surpresa e emocionada, enquanto Marta se entristece.
- Meu amor! Eu senti tanto a sua falta! – Diz Marina.
- Pelo amor de Deus, onde você estava? – Diz Marcela.
- É uma longa história... Vamos até a minha sala? – Diz Marina.
- Tudo bem. – Diz Marcela, acariciando Matheus, olhando rapidamente para Marta, entristecida.
- Oi Mário, quero lhe agradecer por tudo o que você fez por mim! – Diz Marina.
- Que isso, Marina... Foi minha obrigação. Mas agora que você voltou, vou desocupar a sua sala e voltar à minha. – Diz Mário, retirando-se da sala, deixando Marcela e Marina a sós para conversarem.
- Marcela, promete que não vai me deixar depois do que eu lhe contar... Eu não suportaria te perder. – Diz Marina, preocupada.
- Depois de tudo o que você fez, não é, Marina? As piores coisas do mundo passaram pela minha cabeça... – Diz Marcela.
Marina conta tudo o que aconteceu à Marcela.
- E foi aí que eu percebi que não há como fugir desse sentimento... Eu te amo, e terei que enfrentar tudo, porque nada é mais doloroso do que não te ter ao meu lado. – Diz Marina, emocionada.
- E você acha que eu irei agora lhe beijar e dizer que está tudo bem? Onde você estava com a cabeça, Marina? Você sabe como eu fiquei? Eu passei noites sem dormir, só chorando, pensando em como você pôde fazer isso... Pensei em ir embora daqui... Não sabia o que fazer. Você não tem o direito de brincar com os meus sentimentos desse jeito! – Diz Marcela, indignada, com os olhos marejados.
- Eu sei, meu amor, você tem toda a razão de ficar desse jeito comigo... Mas eu te amo. Nós ainda vamos nos casar. Está tudo marcado. Seremos felizes! Vem cá, me dá um abraço. – Diz Marina, tentando confortá-la.
- Pensasse nisso quando foi embora! Você é realmente surreal, Marina! Surreal! Não me procure mais! – Diz Marcela.
- Mas Marcela... – Diz Marina, desolada.
- Vou levar o Matheus até a sua casa, porque você tem muito trabalho acumulado... Precisa saber de tudo o que ocorreu e como proceder no fechamento de hoje. Com licença. – Diz Marcela, saindo da sala de Marina, extremamente magoada, deixando Marina sem reação.
Ainda muito cedo, antes de ir ao jornal, Marcela escuta alguém bater em sua porta e, ao abri-la, surpreende-se com sua mãe.
- Minha filha! – Diz Josefa, mãe de Marcela.
- Mãe! – Diz Marcela, surpresa, abraçando-a.
- Precisamos conversar! – Diz Josefa.
As duas sentam-se na mesa para tomar café.
- O que você está fazendo aqui, mãe? – Diz Marcela.
- Olha, Marcela, eu quero saber o que você quer da sua vida! – Diz Josefa.
- Como assim, mamãe? – Diz Marcela.
- Você perturba a minha vida, me deixa de cabeça em pé com essa história de estar apaixonada pela Marina e que vai se casar... Depois de eu passar por um processo longo de conseguir aceitar essa história, você decide que não vai mais se casar e a Marina me liga às 3h da manhã chorando, pedindo pra que eu conserve com você. Você quer me enlouquecer? – Diz Josefa.
- Desculpa, mãe, a Marina não deveria ter feito isso. – Diz Marcela.
- Claro que deveria! Minha filha, veja bem... Eu conversei com a Elizabeth, mãe da Marina... Eu sei muito bem como ela é, convivia com ela quando vocês eram crianças, quando morávamos na mesma rua, e ela sempre foi extremamente conservadora. Imagine tudo o que a Marina deve ter passado nas mãos dessa mulher... Eu sei que eu não sou fácil, mas a Elizabeth me supera no quesito extremismo... Ela já quis até que a filha fosse freira! Vivia dizendo isso pra mim, que era melhor a Marina ir para um convento quando crescesse... Imagine a criação que ela teve e tudo o que ela teve que ultrapassar, até aceitar que te ama. Imagine a confusão na cabeça dela, com tantos reprovando, inclusive eu, no início, a mãe dela então... Minha filha, não a estou defendendo, não me entenda mal, sei que ela errou, mas você vai estragar sua felicidade por um momento de confusão da Marina? Ela está ali, chorando por você, e, sinceramente, você também não está nada bem. Está com os olhos inchados como quem chorou a noite inteira, e umas olheiras que precisam urgentemente de um dermatologista. Vai continuar vivendo assim? – Diz Josefa.
As duas têm uma longa conversa e, após terminarem a conversa e o café, Josefa leva Marcela até o jornal. Ao passarem por uma loja onde vendia chocolates, Marcela pede para a mãe parar o carro para que ela possa comprar os chocolates favoritos de Marina. Após comprá-los, segue em direção ao jornal.
Marcela agradece sua mãe por tudo o que fizera e entra no prédio do jornal. Em seguida, entra na sala de Marina, surpreendendo-a com os chocolates.
- Meu amor! – Diz Marina.
- Ainda quer se casar comigo? – Diz Marcela, dando os chocolates que comprara à Marina.
- Claro que eu quero, meu amor! É tudo o que eu mais quero nessa vida! – Diz Marina, felicíssima.
Marina agradece pelos chocolates e lembra que são seus favoritos, e Marcela diz que essa foi a razão pela qual os comprou. Marcela abre um chocolate e morde metade, fazendo com que Marina morda a outra metade, e as duas se beijam apaixonadamente.
Acabei postando adiantado essa parte, pois tive um tempo a mais para continuar. Espero que estejam gostando. Em breve, continuação da fanfic! A novela terminou, porém, como a maioria dos votos escolheu a continuação da fanfic, mesmo após o término da novela, ela continuará ainda por um tempo! Bisous!