quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

    Fan Fic - Marcela e Marina (Amor e Revolução) - PARTE 7

    • Para quem não leu as outras partes: Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4 Parte 5 Parte 6

    Alguns dias depois...

    No jornal...

    Marcela aproxima-se de Marta.

    - Martinha, preciso de sua ajuda... – Diz Marcela.

    - Claro, se estiver ao meu alcance... – Diz Marta.

    - É que eu preciso ver o vestido de casamento, mas a Marina não quer ver comigo pois acha que trará má sorte ver o vestido antes do casamento... – Diz Marcela, sorrindo.

    - Ah... É isso? Claro, Marcela, pode deixar. Quando você gostaria de ir? – Diz Marta.

    - Ah, se possível, hoje... Pois a loja fica aberta até mais tarde nas sextas por causa do final de semana, e é justamente o dia em que saímos mais cedo, então seria melhor... Além do mais, estou te devendo um jantar, poderíamos ir a um restaurante depois... Que tal? – Diz Marcela.

    - Claro! Então quando acabar o expediente, vamos juntas, tudo bem? – Diz Marta.

    - Perfeito! – Diz Marcela, retornando ao seu trabalho.

    Algumas horas mais tarde...

    - Meu anjo, vamos? – Diz Marcela à Marta.

    - Claro, já estou pronta. – Diz Marta.

    - Eu também. Só vou ali na sala da Marina rapidamente e vamos, tudo bem? – Diz Marcela.

    - Sem problemas, estarei aqui lhe esperando. – Diz Marta, sem jeito.

    Marcela encaminha-se até a sala de Marina.

    - Oi, meu amor... – Diz Marcela.

    - Oi... Já vai pra casa? – Diz Marina.

    - Não, vou ver o vestido, lembra? – Diz Marcela.

    - Ah, tá... Verdade... Desculpa, é que eu tô com a cabeça meio cheia, houve muito trabalho hoje por aqui... – Diz Marina.

    - Tem certeza que é só isso mesmo? – Diz Marcela.

    - Tenho sim, meu amor. – Diz Marina.

    - E o meu beijo, cadê? – Diz Marcela.

    - Vem cá, vem... – Diz Marina.

    As duas se beijam, e Marcela se despede de Marina, seguindo em direção à sua sala. Marcela e Marta seguem em direção ao carro de Marcela, e as duas seguem em direção à loja de vestidos de noiva.

    No loja...

    As duas entram na loja e a vendedora as atende.

    - Qual é a noiva de vocês duas? – Pergunta a vendedora.

    - Sou eu. – Diz Marcela, sorridente.

    - Eu sou apenas uma amiga, vim acompanhá-la. – Diz Marta.

    - Ah, é sempre bom ter uma amiga para ajudar, fez muito bem em trazê-la. – Diz a vendedora à Marcela, olhando fixamente para Marta.

    - É impressão minha ou essa vendedora está dando em cima de você? – Diz Marcela, cochichando com Marta e sorrindo.

    - Deixa de bobagem, ela só quis ser gentil. – Diz Marta, sorrindo, constrangida.

    - Sei... – Diz Marcela, fazendo Marta sorrir ainda mais.

    A vendedora traz alguns modelos de vestidos para Marcela experimentar, e Marcela analisa um por um.

    - Ai, eu acho que vou provar esses 7! – Diz Marcela, rindo.

    - Mas que indecisa! Precisa provar tudo isso pra escolher? – Diz Marta, sorrindo.

    - Eu entendo a sua amiga... Casamento é realmente muito especial, e precisamos ter certeza do vestido de noiva que queremos, para que fique tudo o mais próximo do perfeito possível... Eu, quando me casar, experimentarei todos os vestidos que encontrar para ver qual terá o melhor caimento... E você, não pretende ser assim quando se casar? – Diz a vendedora, olhando para Marta.

    - Não... Eu acho que só de ter aquela pessoa especial ao meu lado, será o bastante. – Diz Marta, enquanto Marcela observa a cena, sorridente.

    - Nossa, sua amiga é romântica, dona... Como é mesmo o seu nome? – Diz a vendedora à Marcela.

    - Marcela. – Diz Marcela, sorrindo da situação.

    - Pois é, Marcela... Que amiga romântica que você tem. Linda e romântica, que raridade encontrar alguém assim. – Diz a vendedora, deixando Marta envergonhada e divertindo Marcela, que tenta apoiar a amiga para que faça algo a respeito.

    - Vamos lá no provador, Marcela, eu te ajudo a colocar os vestidos... – Diz Marta, tentando acabar com o flerte da vendedora.

    - Calma, Martinha... Ainda temos tempo. – Diz Marcela, encorajando-a.

    - Mas vamos jantar, esqueceu? – Diz Marta.

    - Ah, é mesmo... Tudo bem... Mas me diga, qual é o seu nome? – Diz Marcela à vendedora.

    - Bianca... Mas podem me chamar de Bia. Vejo que sua amiga não gostou muito do que eu disse, me desculpe se estiver sendo inconveniente... Podem me chamar quando quiserem. – Diz a vendedora.

    - Pode deixar, Bia. – Diz Marcela, seguindo com Marta em direção ao provador.

    - Martinha, o que deu em você? Está na cara que essa moça está interessada em você... E é bonita, viu?! Por que não aproveita? – Diz Marcela.

    - Porque não. Me deixa, Marcela, poxa... Não quero e tenho meus motivos. – Diz Marta.

    - Ai, não! Já sei! Que cabeça a minha... Você está saindo com aquela garota que me disse... E eu forçando você a sair com essa outra... Perdão, Martinha... Que cabeça a minha! Tá na cara que você está gostando dessa outra menina e eu lhe perturbando a vida, me desculpe, de coração... Vou provar os vestidos e parar de me intrometer na sua vida. – Diz Marcela.

    - É bom mesmo... – Diz Marta, sorrindo.

    - Vou começar com este... – Diz Marcela.

    - Tudo bem, eu vou esperar lá fora e você me chama... – Diz Marta.

    - Como assim? Esses vestidos são dificílimos de colocar. Você não vai me ajudar? – Diz Marcela.

    - É claro... Tudo bem, eu lhe ajudo. – Diz Marta, sem jeito.

    Marcela retira sua blusa e sua saia e, com a ajuda de Marta, coloca o primeiro vestido, e assim segue experimentando um por um. Após chegar no sexto vestido, Marta olha para Marcela emocionada.

    - E este, que tal? – Diz Marcela.

    - Marcelinha, é esse! Não precisa nem experimentar o outro, tem que ser esse! – Diz Marta.

    - Você gostou tanto assim? – Diz Marcela.

    - Eu amei! Ele é a sua cara, ficou maravilhoso em você... Nossa... – Diz Marta, lagrimando.

    - Meu Deus! O que houve, Martinha, por que está chorando? – Diz Marcela.

    - Eu tô emocionada, só isso... Você tá linda, já imaginei você entrando no altar... – Diz Marta.

    - Oh, minha querida... Tão linda, você... Vem cá, me dá um abraço... Minha madrinha é tão emotiva... – Diz Marcela.

    - Madrinha? – Diz Marta, desprendendo-se dos braços de Marcela e a olhando carinhosamente, enquanto enxuga suas lágrimas.

    - É claro... Quem mais poderia ser a madrinha do meu casamento? Só você, Martinha. Você que sempre me deu forças, ninguém merece esse título mais que você! – Diz Marcela.

    - Ah, você não vai parar de me fazer chorar nunca, não é? – Diz Marta, enquanto Marcela sorri.

    Marcela pede à Marta que guarde o seu vestido em sua casa, e ela não hesita em ajudá-la. Marcela paga o vestido e a vendedora Bianca acena timidamente para Marta, enquanto Marcela sorri. Marcela e Marcela seguem em direção ao restaurante escolhido por Marta.

    *******

    Alguns minutos depois...

    No restaurante...

    O garçom as recebe e sugere uma mesa que está desocupada, e as duas acompanham o garçom e, após olharem o cardápio com calma, realizam os seus pedidos.

    - Martinha... Eu lembro bem desse restaurante, foi um dos primeiros em que viemos, não foi? Aliás... Acho que foi o restaurante em que comemoramos o nosso primeiro aniversário de namoro. – Diz Marcela.

    - Pois é... Achei que nunca mais viríamos aqui, mas aqui estamos. – Diz Marta.

    - Poxa, mas por que pensou isso? Você sabe que eu não conseguiria viver sem você... Você é muito importante pra mim, mocinha. – Diz Marcela, sorrindo.

    -  Você também é muito importante pra mim. – Diz Marta, retribuindo o sorriso de Marcela.

    - E foi por isso que escolhi você pra ser madrinha do meu casamento. – Diz Marcela, deixando Marta sem sem jeito.

    - Mas me diga... Como estão as coisas com a Marina? Como ela está reagindo a tudo isso? – Diz Marta.

    - Pra te falar a verdade, eu ando meio preocupada com ela... Depois da história que aconteceu no restaurante, aquela que eu te contei outro dia em que eu a beijei na frente de várias pessoas, ela ficou com um aspecto um pouco preocupado... Eu tenho medo de que ela desista no meio do caminho, com medo da reprovação dos outros. – Diz Marcela, preocupada.

    - Calma... Acho muito improvável isso acontecer. A Marina já fez o mais importante que foi se declarar na frente de todos no jornal, os outros que ela nem conhece serão o de menos... – Diz Marta.

    - Assim espero, Martinha, assim espero. – Diz Marcela, enquanto o Garçom chega com os pedidos e as serve.

    - Mas me conte de você, como anda o namoro com aquela garota que você conheceu? – Diz Marcela, entusiasmada.

    - Na verdade, nós terminamos. – Diz Marta.

    - Nossa, mas por quê? Achei que você não queria nada com a vendedora por causa dessa menina... – Diz Marcela.

    - Não... Não tem nada a ver, é que eu quero ficar sozinha mesmo. Dar um tempo de namoro, pensar mais em mim, sabe? Acho que as minhas tentativas frustradas de relacionamento amoroso estavam querendo me mostrar que ainda não é a hora pra isso... Talvez eu tenha que viver mais para poder me dedicar a alguém e, principalmente, encontrar a pessoa que mereça essa dedicação, de preferência que ela não goste de ninguém... – Diz Marta, olhando sem jeito à Marcela.

    - De qualquer forma, eu quero ver você feliz... Se ainda não é o momento, eu te apoio. Apoio você no que for! Só te peço uma coisa... – Diz Marcela.

    - Fala... – Diz Marta, olhando carinhosamente para Marcela.

    - Que você me convide para ser madrinha do seu casamento! Não aceito “não” como resposta! – Diz Marcela, fazendo Marta sorrir.

    - Sua boba... É claro. Você não tem ideia do quanto é especial na minha vida. – Diz Marta.

    - Você também, minha amiga. Você também. – Diz Marcela.

    *******

    No dia seguinte...

    No jornal... 

    Marcela está na sala de Marina conversando sobre assuntos profissionais, quando Marcela percebe um semblante preocupado em Marina.

    - Marina... Você está tão estranha, diferente... Não sei bem o que é, aliás, eu acho que sei... – Diz Marcela.

    - Ah, meu amor, não pense bobagens, eu estou bem. – Diz Marina.

    - Foi a cena que aconteceu no dia do restaurante, não foi? – Diz Marcela.

    - Como assim? – Diz Marina.

    - Desde aquele dia você anda pensativa... Você está com medo da opinião dos outros sobre nós, do que enfrentará ainda de preconceito por ser casada com uma outra mulher, não é? – Diz Marcela.

    - É difícil, Marcela, pra te falar a verdade... Mas eu vou superar isso tudo, o importante é ter você ao meu lado, como eu sempre digo. Não fique preocupada com isso, logo eu me acostumarei e não me importarei mais. – Diz Marina, com um sorriso forçado.

    - Você não tá pensando em desistir de tudo, né, Marina? – Diz Marcela.

    - Claro que não, meu amor! Tire isso da sua cabeça. Jamais faria isso! Eu te amo, vem cá! – Diz Marina, enquanto Marcela se aproxima.

    As duas se beijam e Marina abraça Marcela carinhosamente, confortando-a, e, ainda abraçadas, Marina diz à Marcela que nunca a deixará. Após alguns minutos, Marcela sai da sala de Marina.

    ********

    Alguns dias depois...

    Na casa de Marcela, à noite...

    Marina chega até a casa de Marcela levando Matheus no colo. Marcela abre a porta e se surpreende com os dois.

    - Ai, que lindos da minha vida! Meus maiores amores me visitando! – Diz Marcela.

    - Mas é claro... O Matheus sentiu saudades da segunda mamãe dele... – Diz Marina, sorrindo.

    Os dois entram na casa de Marcela. Marina pede para Marcela segurar Matheus enquanto ela troca de roupa, e as duas se beijam rapidamente. Marina liga a televisão e assiste a um desenho animado com Matheus no colo, enquanto Marcela prepara a mamadeira. Os três assistem à televisão, felizes.

    *******

    No dia seguinte...

    Marina está se arrumando para ir à sua casa.

    - Meu amor, espera mais um pouco e eu te levo... – Diz Marcela.

    - Já chamei um motorista, meu amor, e também tenho que chegar mais cedo em casa para depois ir ao jornal, pois a babá do Matheus já deve estar para chegar... – Diz Marina.

    - Ah, é mesmo... Tudo bem, meu amor... – Diz Marcela, enquanto beija Marina, despedindo-se, e depois beija a cabecinha de Matheus.

    Após sair da casa de Marcela, Marina segue em direção ao elevador e, ao descer a escada próxima à saída do prédio, uma senhora passa por ela conversando com outra senhora.

    - Você viu aquela loirinha do apartamento de cima recebendo sempre a mesma amiga? Acho isso tão estranho... – Diz a primeira senhora.

    - Você não sabe? – Diz a segunda senhora, enquanto Marina presta atenção na conversa, por desconfiar que se tratava de Marcela.

    - Sei do quê? – Indaga a primeira senhora, curiosa.

    - Aquela loirinha é "sapata"... Tem um caso com uma mulher, e me disseram que é até patroa dela... – Diz a segunda senhora, satisfazendo a curiosidade da primeira.

    - Nossa! Que pouca vergonha! Onde vamos parar, não é, Cláudia? Acho que isso é coisa do “lá de baixo”... Cruz credo! – Diz a primeira senhora.

    - Se é, eu não sei, mas coisa boa é que não é... Deus me livre... Isso é falta de homem, só pode... – Diz a segunda senhora.

    - É mesmo... Acho que esse tipo de gente não deveria conviver com pessoas de bem... Esse é um prédio de família. Se quer fazer suas “sem-vergonhices”, que faça em outro lugar... – Diz a primeira senhora, enquanto Marina passa pelas duas em direção à saída para esperar o motorista, com os olhos marejados.

    O motorista chega e leva Marina à sua casa, que está em prantos. Ao chegar em casa, encontra a babá de Matheus, que a esperava na portaria de seu prédio. Posteriormente, segue ao jornal, já mais calma.

    Ao chegar no jornal, Marina encontra Marcela, que havia acabado de chegar também, e a abraça forte. Marcela não compreende bem o visível desespero de Marina e pergunta se aconteceu algo, e Marina prefere omitir para não deixar Marcela chateada, afinal, a principal ofendida teria sido ela.

    Algumas hora depois...

    Marcela entra na sala de Marina para saber se está tudo bem. Marina afirma que não há com o que se preocupar. Marcela sai da sala e, logo em seguida, Marina recebe um telefonema, esse que lhe deixa completamente surpresa e abalada.

    Em breve, continuação da fanfic. Beijos e voltem sempre! E não se esqueçam de votar ali ao lado sobre o destino da fanfic. :)

    domingo, 1 de janeiro de 2012

    Fan Fic - Marcela e Marina (Amor e Revolução) - PARTE 6

    • Para quem não leu as outras partes: Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4 Parte 5

    No dia seguinte...

    Na casa de Marina...

    Marcela e Marina estão deitadas na cama, assistindo à televisão. Marina levanta-se para dar de mamar a Matheus.

    - Ele tá crescendo rápido, né? – Diz Marcela.

    - Nem me fale... Queria que ele ficasse assim pra sempre! – Diz Marina.

    - É... Mas bem que você vai gostar de ter mais tempo pra dormir, né? – Diz Marcela, sorrindo.

    - Por um lado... Porque daqui a pouco cresce, vira um rapaz, começa a namorar e aí é que eu não vou conseguir dormir mesmo. – Diz Marina, sorrindo.

    - Ai... Só você... Mas agora você terá a mim, pra sempre lhe ajudar em tudo, afinal, ele é um pouco meu filho também, não é? – Diz Marcela.

    - É sim... E eu sou muito feliz por ter você na minha vida. – Diz Marina, sorrindo, emocionada.

    Marcela aproxima-se de Marina e a beija apaixonadamente, e dá um beijo na testa de Matheus.

    - Sabe... Não vejo a hora de casar de uma vez com você, meu amor... De morarmos juntas... Aliás, por que nós não resolvemos logo isso e você vem logo pra cá? – Diz Marina.

    - Eu também não vejo a hora de isso acontecer, mas eu quero fazer tudo certinho, como deve ser. Só venho pra cá depois da nossa festa. – Diz Marcela.

    - Tudo bem... Como você quiser. Vou agora colocar o Matheus no berço e já volto. – Diz Marina.

    - Vou lhe esperar aqui, amor. – Diz Marcela, enquanto volta a assistir à televisão para esperar Marina.

    Marina coloca Matheus no berço e começa a cantar para ele. Marcela preocupa-se com a demora de Marina e segue até o quarto de Matheus para ver o que ocorreu. Marcela observa Marina cantarolando para Matheus e permanece em silêncio, na porta, admirando-a. Marina percebe, finalmente, a presença de Marcela.

    - Ah, você estava aí, é? – Diz Marina.

    - É... Estava encantada aqui, admirando você... Tão lindos os dois... Como eu os amo! – Diz Marcela.

    - Nós também te amamos muito! Vem cá... Vamos para o nosso quarto, ele já dormiu. – Diz Marina.

    As duas seguem em direção ao quarto de Marina. Marcela troca de roupa para dormir.

    - Nossa, que linda essa sua camisola, nunca havia visto. É nova? – Diz Marina.

    - É sim... Gostou? É de seda... – Diz Marcela.

    - Hum... Adoro o toque de seda, e com o macio da sua pele, combinou! – Diz Marina.

    - Vejo que alguém está romântica hoje... – Diz Marcela, sorrindo.

    - Eu te amo! Eu te amo! Eu te amo! Eu só não consigo me conter com tanta felicidade... – Diz Marina.

    As duas aproximam-se, beijam-se e, posteriormente, fazem amor de forma delicada e apaixonada.

    ******

    Alguns dias depois...

    No jornal “O Brasileiro”...

    Marcela está conversando com Marta sobre o jornal, e Marina entra na sala e pede para que Marcela lhe acompanhe. As duas seguem em direção à sala de Marina.

    - Amor, eu estava pensando em irmos jantar em um restaurante hoje... O que você acha? – Diz Marina.

    - Mas e o Matheus, Marina? – Diz Marcela.

    - Ah, eu pedi ao Thiago para que ele ficasse um pouco lá com ele... – Diz Marina.

    - Hum... Ele vai ficar lá na sua casa até você chegar? – Diz Marcela.

    - Qual é o problema? – Diz Marina.

    - Preciso explicar? – Diz Marcela.

    - Você não está com ciúmes, né? – Diz Marina, sorrindo.

    - Não... É... Sim, claro que estou! Ah, esse homem agora não vai sair das nossas vidas... – Diz Marcela.

    - Ele é o pai do meu filho. Só isso. E você, sabe quem é? – Diz Marina, sorrindo.

    - Hum... Quem sou eu? – Diz Marcela, enciumada.

    - O amor da minha vida! – Diz Marina, sorrindo e abraçando Marcela.

    Thiago entra na sala e as vê abraçadas.

    - Desculpem-me, posso entrar em outro momento... – Diz Thiago, constrangido.

    - Pode entrar, Thiago... – Diz Marina.

    - Ainda não consegui me habituar com “isso” de vocês... – Diz Thiago.

    - “Isso” você quer dizer “nosso relacionamento”, não é? – Diz Marcela.

    - Não vão brigar, por favor... – Diz Marina.

    - Ninguém está brigando, Marina... E sim, Marcela, quis dizer isso mesmo. Me desculpe se pareceu deboche, pois não foi a minha intenção. – Diz Thiago, surpreendendo Marcela.

    - Thiago, você está bem? – Diz Marcela, preocupada.

    - Mais ou menos... Levando, né? Mas quando vocês acabarem de conversar, falarei com a Marina... – Diz Thiago.

    - Não se preocupe, Thiago, depois continuo conversando com a Marina... – Diz Marcela.

    Marcela sai da sala. Thiago senta-se.

    - Então, Thiago, o que você gostaria de conversar comigo? – Diz Marina.

    - Bem... Eu nem sei por onde começar... – Diz Thiago, angustiado.

    - O que foi, Thiago? Você está me deixando preocupada... – Diz Marina.

    - Bem, como você sabe, eu comecei a me envolver com alguns membros do movimento comunista... Na realidade, com uma mulher em particular... E nós começamos esse relacionamento, já que você está com a Marcela e a Lúcia está com o Beto... – Diz Thiago.

    - Poxa, que bom, Thiago! Fico feliz por você! Mas por que essa cara? – Diz Marina.

    - Porque ela vem sofrendo constantes ameaças de morte, e está pensando seriamente em sair do país... Eu não sei realmente o que fazer... – Diz Thiago.

    - Mas... Thiago... E o seu filho? Seus amigos? Seu emprego? – Diz Marina.

    - Eu sei... Sei que prometi dar toda a assistência ao meu filho, mas eu preciso viver a minha vida, sabe? Eu realmente acho que estou apaixonado por essa mulher, e ela precisa de mim. O Matheus terá agora mais uma mãe que cuidará muito bem dele... E é só por um período, até passar esse tempo de ameaças, depois eu voltarei com ela e voltarei a ser mais presente na vida do meu filho. – Diz Thiago.

    - Nossa, Thiago... Desculpa, mas é que eu não esperava uma notícia dessas... Você tem certeza que é isso que você deseja fazer? – Diz Marina.

    - É sim... Eu já me decidi. E enviarei a você um dinheiro por mês para o sustento do Matheus. – Diz Thiago.

    - Não se preocupe com isso, Thiago, você sabe que dinheiro para mim não é problema... – Diz Marina.

    - Eu sei, eu sei... Mas é minha obrigação de pai. O mínimo que eu posso fazer. – Diz Thiago.

    - Tudo bem... Vamos todos sentir muito a sua falta... Mas quando você pretende ir? – Diz Marina.

    - Daqui a umas três semanas. É o suficiente pra arrumar toda a documentação que preciso e ajeitar tudo lá em Miami. – Diz Thiago.

    - Nossa... Mas não vai ficar nem para o meu casamento? – Diz Marina, chateada.

    - Infelizmente, não. Mas desejo toda a sorte do mundo pra você. Você sabe o quanto eu desejo a sua felicidade. – Diz Thiago.

    - Tudo bem, Thiago... Então está certo. Desejo também muita sorte a você e mantenha sempre contato. Ah... Você vai continuar aqui nestas últimas semanas, não é? – Diz Marina.

    - Nas duas primeiras, sim. Depois vou estar muito ocupado resolvendo tudo e realmente terei que sair. – Diz Thiago.

    - Tudo bem, como quiser. – Diz Marina.

    - Agora voltarei à minha sala... Obrigada pela compreensão, Marina. – Diz Thiago.

    - Não se preocupe... Acima de tudo, desejo que sempre sejamos amigos, afinal, temos um filho juntos. – Diz Marina.

    - Com certeza. – Diz Thiago, retirando-se da sala de Marina.

    Enquanto isso, na sala em que Marcela e Marta trabalham...

    Marta aproxima-se de Marcela.

    - Quero saber se alguém se lembra de um jantar que prometeu pra mim... – Diz Marta, sorrindo, à Marcela.

    - Ah... Nossa, é verdade! Desculpa, desculpa mesmo! É tanta coisa na minha cabeça ultimamente, enteado, noivado, fora os problemas do jornal, o meu trabalho de advogada... – Diz Marcela, justificando-se.

    - Ei... Eu só tava brincando, não precisa explicar. Eu entendo. Imagino como a sua vida deve estar corrida... Não se preocupe com isso. Foi só pra mexer com você. – Diz Marta.

    - Não... Mas eu faço questão de jantar com você. Combinado é combinado, e você é muito especial na minha vida... Quero saber também tudo o que anda rolando na sua vidinha, viu, mocinha? Não esqueci que você anda namoradeira... – Diz Marcela, rindo.

    - Ai, Marcela... Te amo, viu? Mas calma... Tô aprendendo a te amar como amiga... E tô quase conseguindo, viu? – Diz Marta, deixando Marcela constrangida.

    - Também te amo. – Diz Marcela.

    As duas sorriem e vêem Thiago voltar angustiado da sala de Marina. Marcela diz à Marta que irá à sala de Marina saber o que houve, e assim o faz, encontrando Marina pensativa e preocupada.

    - Oi, Marina... Aconteceu alguma coisa com o Thiago? – Diz Marcela, preocupada.

    - Aconteceu... Na verdade, irá acontecer. – Diz Marina.

    - O que houve? Me diga... Tô ficando preocupada. – Diz Marcela.

    Marina conta à Marcela tudo o que Thiago lhe dissera, deixando-a igualmente preocupada.

    - Nossa... Sabe, eu fico feliz pelo Thiago... Ele anda acabado depois de toda a história de vocês e da Lúcia... Ele merecia encontrar alguém bacana, e não me olha com essa cara porque eu implicava com ele por motivos óbvios, e não porque não gostava dele... – Diz Marcela.

    - Eu sei, eu sei... Eu também tô feliz por ele. Mas eu fico preocupada com o fato de ele ir embora, pode ser arriscado no caminho... E até mesmo esses poucos dias que ele ficará aqui antes de ir... Você sabe como esse pessoal da repressão é... Agem antes e perguntam depois. – Diz Marina.

    - Pois é... Mas já que ele já se envolveu com essa moça, o melhor a fazer mesmo é ir embora por um tempo, até as coisas se acalmarem... Quem sabe logo essa ditadura louca acaba? Temos que ter esperanças, não é? – Diz Marcela.

    - É verdade... – Diz Marina, conformada.

    - E outra coisa... Quanto ao Matheuzinho, você sabe que sempre poderá contar comigo. Eu praticamente moro na sua casa... Amo esse menino como se fosse meu filho. – Diz Marcela.

    - Eu sei, meu amor... Eu sinto isso, e sabe como eu admiro você, não sabe? – Diz Marina.

    - Eu também te amo... Se possível, cada dia mais. – Diz Marcela.

    As duas se entreolham apaixonadas, enquanto Marcela toca carinhosamente as mãos de Marina.

    - Ah, tinha outra coisa pra lhe dizer... – Diz Marcela.

    - O quê? – Diz Marina.

    - Eu passei por uma loja perto de casa que vende vestidos para noivas... Havia um mais lindo que o outro! Nem cheguei a entrar pois estava fechando... Mas queria que você fosse comigo lá dar uma olhada... – Diz Marcela.

    - Mas já? – Diz Marina.

    - Ué... Você quer casar quando? Ano que vem? – Diz Marcela.

    - Talvez... – Diz Marina.

    - O quê? – Diz Marcela, atônita.

    - Calma, calma... Eu só tava brincando... Eu posso ir dar uma olhada, mas tem duas coisas. – Diz Marina.
    - O quê? – Diz Marcela.

    - Primeiro que eu não vou com você... Dá azar olhar o vestido da noiva antes de casar... Quero que nosso casamento seja só felicidade! – Diz Marina.

    - Ai, Marina, não acredito que você acredita nessas coisas... – Diz Marcela.

    - Ah... Acreditar, acreditar, eu não acredito, mas sei lá, né?! Nunca se sabe... Melhor prevenir... – Diz Marina.

    - Ai, meu amor... Só você mesma. Tudo bem, chame algum amigo ou amiga pra ir com você e eu vou sozinha ou com algum amigo... Ah, já sei... Chamarei a Martinha pra ir comigo... Estava combinando com ela de jantarmos, então passamos lá e depois seguimos ao restaurante. – Diz Marcela.

    - Você acha isso uma boa ideia? – Diz Marina, desconfiada.

    - Por que você diz isso? Tá com ciúmes, é? – Diz Marcela, brincando.

    - É... Um pouco... Oras, vocês namoraram, ficavam um tempão juntas... Mas o caso também é que a Martinha não engoliu bem o nosso romance de início... – Diz Marina.

    - Mas é isso mesmo, de início realmente não, mas a Marta é uma menina muito madura, e ela que me encorajou a falar com você... – Diz Marcela.

    - Hum... Não sei, não... – Diz Marina.

    - Confia em mim, tá? Agora eu vou voltar ao trabalho, amor. – Diz Marcela.

    - Eu confio em você... Tudo bem, e eu voltarei ao meu. – Diz Marina.

    - Ah, antes que eu me esqueça... Qual era a outra coisa que você ia me falar sobre a loja? – Pergunta Marcela.

    - Ah, era que eu teria que ver um tempo aqui no jornal... Isso vai me dificultar um pouco de ir lá... Mas depois vemos um jeito. – Diz Marina.

    - Tudo bem, depois conversamos com mais calma hoje, no jantar de mais tarde. – Diz Marcela, saindo da sala de Marina, indo em direção à sua sala.

    ******

    Algumas horas depois...

    Marcela entra na sala de Marina, que está guardando suas coisas para ir ao jantar que as duas haviam combinado mais cedo. O casal segue em direção ao carro de Marcela e, posteriormente, em direção ao restaurante preferido de Marcela, escolhido por Marina para lhe agradar. As duas chegam ao restaurante e escolhem uma mesa.

    - Ai, amor, obrigada por escolher virmos para cá... Você sabe o quanto eu adoro este lugar! – Diz Marcela.

    - Você sabe que eu adoro lhe agradar, meu amor... Além do mais, eu também adoro este restaurante, é muito aconchegante, tem boa música, ótima comida... – Diz Marina.

    - É verdade... Sabe, foi até bom sairmos um pouco mesmo, estávamos há um bom tempinho sem jantarmos fora... E depois das notícias lá no jornal, um bom jantar em excelente companhia foi muito bem-vindo. – Diz Marcela.

    Após conversarem um pouco, Marcela chama o garçom para realizaram os seus pedidos.

    - Eu gostaria deste prato aqui... – Diz Marcela, apontando para a refeição escolhida.

    - E eu vou querer o mesmo, e este vinho. – Diz Marina.

    O garçom segue em direção à cozinha e as duas continuam conversando.

    - Meu amor, estou tão feliz com tudo o que está acontecendo conosco... É tudo tão mágico, parece surreal... – Diz Marcela, enquanto toca levemente as mãos de Marina, acariciando-as.

    - Mas é real! E tudo isso foi graças ao nosso amor que, de tão forte, conseguiu superar as batalhas criadas por eu mesma, o que é pior... – Diz Marina, correspondendo ao gesto de carinho de Marcela.

    - Eu tenho muita sorte de ter uma mulher como você... Linda, meiga, doce, sensível, forte... Com esses olhos azuis mais belos que eu já vi, e esses lábios... – Diz Marcela, tocando os lábios de Marina, provocando-a, enquanto Marina arrepia-se.

    - Marcela... Vai que alguém percebe e reclama, faz alguma coisa, sei lá... Sabe como esse povo é hipócrita, né? – Diz Marina.

    - Não se importe com os outros, e sim conosco. Eu poderia te beijar agora mesmo, aliás, estou morrendo de vontade de fazer isso. – Diz Marcela.

    - Marcela, não me provoca... Do jeito que eu já joguei tudo pro alto mesmo... – Diz Marina, olhando preocupada, mas com desejo, para os lábios de Marcela.

    Marcela olha para Marina seriamente, tentando seduzi-la, enquanto Marina tenta fazê-la parar, por receio de estarem em um local público. Marcela, no entanto, não se importa e aproxima mais ainda os seus lábios dos de Marina, até que os toca suavemente com seus dedos, e em seguida a beija delicadamente. Marina não resiste e se rende ao beijo de Marcela que, apesar de apaixonado, é discreto, por estarem em público, mas não o bastante para não chamar a atenção de alguns casais que se encontravam no restaurante. De repente, uma senhora chama o garçom, enfurecida.

    - Como vocês permitem que uma pouca vergonha dessas aconteça aqui? Este é um ambiente de família! – Diz a senhora, exaltada, falando alto o suficiente para muitos escutarem, inclusive Marina, que desprende suas mãos das de Marcela para prestar atenção no que estava acontecendo, enquanto Marcela ainda está encantada com o beijo que acabara de dar em Marina.

    - Marcela, acho que aquela senhora estava falando da gente... – Diz Marina.

    - Falando o quê? – Diz Marcela, preocupada.

    - Não sei... Alguma reclamação, não deu pra ouvir direito. - Diz Marina.

    De repente, a senhora se levanta e diz que vai embora do restaurante com seu esposo.

    - Mas senhora, acalme-se... – Diz o garçom.

    - Eu também acho um absurdo vocês permitirem esse tipo de comportamento em um ambiente tão restrito quanto este... E quer saber? Concordo com a senhora, também irei embora. – Diz uma outra senhora da outra mesa, enquanto Marcela e Marina observam a cena, atônitas, sem reação.

    - Mas acalmem-se, senhoras, irei falar com elas! – Diz o garçom, tentando acalmar as distintas senhoras.

    - Ih... Ele tá vindo pra cá, ai meu Deus! – Diz Marina, assustada e preocupada.

    - Calma, Marina! Não se rebaixe para essas pessoas, não estávamos fazendo nada de errado, não se preocupe. – Diz Marcela.

    O garçom aproxima-se delas, enquanto um grupo de pessoas se levanta. Alguns as olham com desprezo e asco, já outros não entendem o porquê de todo o alarde.

    - Moças, infelizmente, esse tipo de comportamento não é permitido neste local, peço que tenham modos ou terei que pedir para que vocês se retirem. – Diz o garçom, tentando falar de forma educada.

    - Isso é um absurdo! Vejo a todo momento casais se beijando, abraçando-se, segurando as mãos e demonstrando o seu amor, por que nós não podemos? O que temos de errado? – Diz Marcela, enquanto Marina se mostra constrangida.

    - Olha, não me levem a mal, mas são as regras da casa. Não podemos constranger os nossos clientes. Você me entende, não é? – Diz o garçom.

    - Suas anormais! – Grita uma senhora de uma mesa ao fundo.

    - Olha aqui... Aliás, prestem atenção todos vocês, que nos olham como se fôssemos criminosas, dignas de cadeia, que não podemos demonstrar nosso amor, mesmo de forma discreta, em público, porque alguns são tão infelizes em algum âmbito de sua vidas que se chocam ao verem duas pessoas se amando. Eu e a Marina somos um casal muito feliz, mais feliz do que muitos casamentos por aí de fachada que só existem até hoje para manter as aparências. E minha senhora, o que é normal pra você? Até algum tempo, as mulheres eram pisoteadas, comandadas pelo marido, e todos achavam normal... Porque seguia uma norma, uma conduta comum na sociedade... Até um tempo atrás, um homem vendia o outro e o escravizava, e todos achavam normal... O que é normal, comum, para uma sociedade, nem sempre é sinônimo de “correto”. E nunca será errado amar, porque se esse mundo tivesse mais amor, teria menos ódio e preconceito, e não teríamos que passar por uma situação constrangedora como essa. E garçom, não se preocupe, não precisa nos expulsar... Este era o meu restaurante favorito, mas nunca mais pretendo pôr os pés aqui. Você diz que não quer constranger os clientes, mas somos tão clientes como qualquer um aqui e você tentou nos humilhar. Que pena que não conseguiu porque o que vem do ódio, não nos atinge, pois temos amor o suficiente pra suprir os sentimentos ruins alheios. – Diz Marcela, enquanto Marina a olha, encantada.

    Todos estão em silêncio e, de repente, um rapaz começa a aplaudi-la, e alguns reagem da mesma forma, apesar de a maioria continuar calada.

    - Vamos, Marina. – Diz Marcela.

    - Vamos, amor. – Diz Marina, sorrindo, orgulhosa.

    O garçom olha para as pessoas sem jeito, e todos voltam a se acomodar em suas cadeiras e a comentar o ocorrido. Marcela e Marina retornam ao carro.

    - Eu nem acredito que você teve coragem de enfrentar aquele povo todo... Minha Marcela sempre me enchendo de orgulho! – Diz Marina.

    - Que bom que eu te orgulho... Sabe, Marina, vamos sofrer muitas coisas assim ainda, mas temos sempre que lembrar desse sentimento que carregamos aqui. – Diz Marcela, apontando para o peito.

    - Você tem razão. Tudo valerá a pena enquanto eu tiver você ao meu lado. – Diz Marina, abraçando Marcela.

    Em breve, continuação da fanfic. Lembrando que, ao final da fanfic, quando a mesma for concluída, gerarei um arquivo em PDF da história completa para quem quiser reler, imprimir, ou desejar ter guardada no computador. Beijos e voltem sempre!

    sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

    Campanha #MarcelaeMarinaSemCensura [Vídeo Oficial]





    Após inúmeros casais serem censurados nas telenovelas, finalmente ocorreu o primeiro beijo homoafetivo, porém, as cenas seguintes de "Marcela e Marina" sofreram censura, infelizmente, como o segundo beijo entre elas. Segundo pesquisa da PUC, as telenovelas ajudam a diminuir o preconceito, portanto, torna-se necessário não haver censura para que esse efeito ocorra. Nessa tentativa de alertar as redes de comunicação sobre isso, criou-se a campanha "Marcela e Marina sem censura", coordenada por Joyce Nascimento, com a colaboração de Cilla Noronha, Giselle Oliveira e Anna Antunes. Com a campanha, além dos vídeos e fotos, tivemos a petição, que foi assinada por mais de 1.500 pessoas (http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2011N11948). É urgente a necessidade que o Brasil tem de conter a homofobia, por isso, pedimos que nos dêem atenção e ouçam os nossos pedidos! 

    Agradecemos a todos que participaram da campanha enviando fotos, vídeos, ou ajudando de alguma forma, além do canal Brasil Sem Preconceito que é parceiro da equipe "Marcela e Marina sem censura" e realizou a divulgação da campanha, assim como o canal Ju4ver e Celticwoman.

    Agradecemos imensamente à nossa grande colaboradora Carla Batista, que emprestou um pouco do seu talento para fazer esta bela canção para a nossa campanha;

    À Hanna Rodrigues e Jey Vieira, que se dispuseram a fazer o vídeo do pequeno discurso;

    À Daisy Paraense que me ajudou bastante com a gravação e direção do vídeo da cena dos garotos;

    À Joyce Nascimento, pois sem ela, nada disso teria sido possível;



    À Vanessa Lima, que conseguiu filmar os seus amigos realizando a "cena hétero";

    À toda equipe "Marcela e Marina sem censura".

    O nosso MUITO OBRIGADA a todos!

    Aqui quem vos fala é Cilla Noronha, em nome de toda essa equipe que desde o início contribuiu para que tudo isso pudesse ocorrer!

    #MarcelaeMarinaSemCensura

    quarta-feira, 30 de novembro de 2011

    Fan Fic - Marcela e Marina (Amor e Revolução) - PARTE 5

    • Para quem não leu as outras partes: Parte 1 Parte 2 Parte 3 Parte 4

    Duas semanas depois, no jornal...

    Marcela está conversando com Marina em sua sala e, apesar da promessa de Marina, apenas Mário e Thiago sabem que as duas são namoradas, pois Mário havia perguntado à Marina e ela confirmou a ele, pedindo sua discrição, que reagiu com espanto, porém, sem realizar nenhum tipo de comentário preconceituoso e desejou felicidades às duas.

    - Amor, um rapaz veio aqui deixar suas referências e eu o achei muito capaz para trabalhar aqui. – Diz Marina.

    - E qual será o cargo dele? – Diz Marcela.

    - Bem, eu acho que precisamos melhorar as edições do Caderno Cultural, e creio que ele fará um ótimo trabalho aqui. – Diz Marina.

    - Que bom! E quando ele virá trabalhar? – Diz Marcela.

    - Amanhã, provavelmente. Mas eu vou precisar que você dê algumas orientações a ele, mas assim, só no início mesmo... Até ele se adaptar. O nome dele é Carlos. É um amigo do Pedro, o rapaz que fica na parte da administração.

    - Tudo bem, sem problemas, meu amor... Ah, sabe o que eu tava pensando? – Diz Marcela.

    - O quê? – Diz Marina.

    - Em nos casarmos... Estava falando sobre isso com você em outro dia, mas o Thiago chegou em sua casa e me interrompeu... – Diz Marcela.

    - Mas como, meu amor? – Diz Marina.

    - Ah... Nós moraríamos juntas... Poderíamos fazer uma festinha aos íntimos, nós duas vestidas de noivas, o que acha? – Diz Marcela.

    - Você é louca, Marcela! Ninguém vai aparecer no casamento! – Diz Marina, sorrindo.

    - Oras... Aparece quem quiser, aliás, você me disse que não teria mais problema em assumir. – Diz Marcela.

    - Não, meu amor, não me entenda mal... Outro dia contei ao Mário sobre nós duas... Não precisei chegar com ele e falar. Ele perguntou e eu confirmei. Se fosse em outro momento, eu mentiria, ou desconversaria... Não precisamos fazer um anúncio também... – Diz Marina.

    - Mas se nos casarmos, teremos que fazer... Quero que seja tudo como deve ser... Por mais que não tenha validade jurídica, tem valor sentimental... Acho que só assim me sentiria casada de verdade. Eu sempre sonhei com isso, Marina... E quando te conheci e me apaixonei por você, imaginei tantas vezes você, ali, linda, subindo ao altar comigo, trocando alianças... Tá, não será em uma igreja, mas nada nos impede de trocarmos alianças e comemorarmos com nossos amigos a nossa felicidade. – Diz Marcela.

    - Ai, como meu amor é romântica... – Diz Marina, sorrindo.

    - É sério, amor, não deboche de mim, poxa... – Diz Marcela, sorrindo e fingindo estar chateada.

    - Eu acho linda a ideia, minha querida, mas posso pensar com calma? Achei que iríamos falar para os nossos amigos, não para todos, inclusive para nossos pais... – Diz Marina.

    - Marina, não começa... – Diz Marcela.

    - Me deixa pensar um pouco, tá bem? – Diz Marina.

    - Tudo bem... Agora deixe-me ir para a minha sala. - Diz Marcela.

    *******

    Algumas horas depois, ainda no Jornal...

    Marcela está em sua mesa, trabalhando, e Marta aproxima-se dela para conversar.

    - Como você está? Não nos falamos o dia inteiro. – Diz Marta.

    - Você que tem me evitado ao máximo, Martinha... Sinto tanto a sua falta. – Diz Marcela.

    - É... Mas não do jeito que eu queria, né? Mas tudo bem, deixa pra lá... Só queria mesmo saber se você está bem... – Diz Marta.

    - Estaria melhor se tivesse minha amiga de volta, por inteira... – Diz Marcela.

    Marta sorri, conformando-se com a situação.

    - Tenho uma coisa pra te contar, Marcela... – Diz Marta.

    - Diga. Sou toda ouvidos. – Diz Marcela.

    - Eu tô saindo com uma pessoa... – Diz Marta.

    - Nossa! Fico feliz por você, meu amor... Acho que você merece e muito ser feliz. – Diz Marcela.

    - Pois é... Tem sido até legal, sabe? Consigo deixar as coisas do passado um pouco de lado... Ela é um amor de pessoa, me trata super bem e parece gostar mesmo de mim. Só tenho medo de quebrar a cara de novo... – Diz Marta.

    - Por que, Martinha? – Diz Marcela.

    - Porque eu sempre me dou mal, sabe? Tô cansada disso... Corro atrás das pessoas erradas sempre... Antes era a Bete, que é hétero e tá até namorando um garoto, depois foi de você... Enfim, por isso o medo. – Diz Marta.

    - Mas olha, você é muito nova, Martinha... Tem muita gente ainda pra conhecer; muita coisa ainda a ser vivida... Quando você encontrar a pessoa certa, vai entender porque todas as outras deram errado, simplesmente porque não era pra ser... É só ter calma e paciência, sem desespero... E enquanto essa pessoa não aparece, você conhece pessoas novas, vai se divertindo, passando bons momentos com ou sem companhia... E saiba que eu sempre estarei aqui. – Diz Marcela.

    - Pois é, tô deixando as coisas seguirem seu percurso, vamos ver, né? – Diz Marta.

    - Acho bom! E quem sabe essa não é a garota de sorte? – Diz Marcela.

    - Acho que não... Acho que a gente sabe desde o início quando é a pessoa certa... Sei lá... – Diz Marta.

    - E como é o nome dela? Ela estuda com você? Quantos anos tem? Me conta tudo... Aliás, aqui não dá, vamos marcar um jantar pra colocar os papos em dia? – Diz Marcela.

    - Não sei se seria uma boa ideia... – Diz Marta.

    - Claro que sim! Pare com isso... – Diz Marcela.

    - E a Marina, não vai ficar com ciúmes? – Diz Marta.

    - Claro que não... Ela não sente ciúmes de mim... Ela é bem segura, sabe que eu a amo e confia em mim. Eu que sempre fui a ciumenta... – Diz Marcela, rindo.

    - Mas o que importa é que você tá feliz. Ela ainda continua com aquilo de não querer assumir vocês duas? – Diz Marta.

    - Não... Bem, ocorreu um acidente aqui há umas semanas atrás... – Diz Marcela, que é interrompida por Mário, que chega ofegante dizendo à Marcela que precisa falar com ela.

    - Oi Mário, claro... Com licença, tá, Martinha? Marcamos esse jantar e conversamos mais, tudo bem? – Diz Marcela.

    - Claro, pode deixar. – Diz Marta.

    - Vamos, Marcela. – Diz Mário.

    Marcela acompanha Mário até o corredor da redação.

    - Marcela, desculpa te atrapalhar, mas eu preciso muito da sua ajuda. – Diz Mário, aflito.

    - Não se preocupe, Mário, pode dizer. – Diz Marcela.

    - A Maria, filha do Thiago... Aquela moça que eu gosto, foi presa... – Diz Mário.

    - Meu Deus! E o Thiago já sabe? – Diz Marcela.

    - Não. É por isso que vim aqui pedir a sua ajuda, tanto pra contar a ele, quanto tentar conseguir um habeas corpus e ir à delegacia. – Diz Mário.

    - Claro, claro, tentarei dar entrada agora mesmo, com licença. – Diz Marcela.

    - Muito obrigada, Marcela, você é um anjo! – Diz Mário.

    - Que isso, Mário... É o meu trabalho, não se preocupe. – Diz Marcela, seguindo em direção à sala em que Thiago trabalha para avisá-lo do ocorrido.

    Marcela avisa a Thiago sobre a prisão de sua filha, fazendo-o ficar desesperado, porém, ela tenta tranquilizá-lo dizendo que tentará conseguir um habeas corpus para soltá-la, e pede para que ele avise Marina. Thiago a agradece e diz à Marcela que ela tem um bom coração.

    ******

    Algumas horas depois, na delegacia do DOPS...

    Marcela encontra o delegado Aranha e diz que está com um habeas corpus para soltar Maria Paixão. O delegado afirma que ela não se encontra na delegacia. Marcela afirma que sabe que ela está lá e exige que ela seja solta.

    - Ela não está aqui, eu já disse! – Diz delegado Aranha.

    - Não brinque comigo, delegado! Cansei de sempre vir aqui soltar um preso político e você afirmar a mesma coisa e, quando ele é solto, muito tempo depois, após tantas torturas, descobrimos que ele estava o tempo inteiro aqui. – Diz Marcela, incisiva.

    - Olha aqui, doutorinha, por mais que eu adore estar em companhia de moças bonitas, tenho mais o que fazer. Por favor, retire-se daqui! – Diz delegado Aranha.

    - Não sairei até que a Maria Paixão seja solta, delegado! Não adianta, dessa vez não cederei. – Diz Marcela.

    - Azar o seu. Fique aí, se quiser um cafezinho, é só avisar, doutora. – Diz delegado Aranha, em tom de deboche.

    - Pare de palhaçada, delegado. Ficarei aqui até o senhor enjoar da minha cara. – Diz Marcela.

    - Acho difícil... Mas é até bom que eu terei uma companhia feminina, aliás, esse vestidinho que a senhora está usando faz aflorar a imaginação de qualquer homem, mas se a senhora não se importa, continuarei meu trabalho. – Diz delegado Aranha.

    Após duas horas sentada, Marcela resolve ir para casa e voltar no outro dia. Ao chegar em sua casa, recebe um telefonema de Marina, que pede para que ela vá até a sua casa e durma com ela, pois está com saudades. Marcela vai até a casa de Marina e as duas dormem juntas.

    ******

    No dia seguinte, no jornal...

    Marcela e Marina chegam ao jornal e seguem em direção à sala de Marina. Após cerca de meia hora, aparece Carlos, o novo funcionário e entra na sala de Marina.

    - Bom dia, dona Marina. Estou aqui para o primeiro dia de trabalho. – Diz Carlos.

    - Olá, Carlos, seja muito bem-vindo! Essa aqui é a Marcela, ela irá lhe direcionar até a mesa em que ficará por enquanto, até aprender mais ou menos como as coisas funcionam. – Diz Marina.

    - Olá, Carlos, tudo bem? – Diz Marcela.

    - Vai ser um prazer receber orientações de uma moça tão linda... – Diz Carlos, deixando Marcela desconfortável, enquanto Marina tenta controlar o seu ciúme.

    - Tudo bem, vocês já podem ir. – Diz Marina, em tom ríspido.

    - Vamos lá. – Diz Marcela, que acompanha Carlos até a sua mesa.

    Algumas horas depois, ainda no jornal...

    ******

    Marcela está instruindo Carlos, que não consegue evitar os olhares de desejo à Marcela.

    - Querido, vou beber uma água e já volto para continuarmos, está bem? – Diz Marcela.

    - O que você quiser... Você que manda. – Diz Carlos, deixando Marcela desconfortável, novamente.

    Marcela segue em direção ao bebedouro e, quando está retornando à sua sala, encontra Carlos que diz estar indo beber água também.

    - Vou lhe esperar em minha mesa. – Diz Marcela.

    - Não, espera... Eu sei que você notou que desde que lhe vi, não consegui parar de olhar para os seus olhos... Que lindos que eles são. Me deixaram encantado. – Diz Carlos.

    - Obrigada. Vou lá para a minha mesa. – Diz Marcela, tentando desconversar.

    - E não são apenas os olhos, você é toda bela, aliás, acho que nunca vi uma mulher tão bela em toda a minha vida. – Diz Carlos.

    - Obrigada novamente, mas... – Diz Marcela, sendo interrompida por Carlos, que segura levemente o seu braço.

    - Eu sei que você também me olhou de uma forma diferente, me tratando bem, confessa que também me quer... – Diz Carlos.

    - Que isso? Você se confundiu, não é nada disso... – Diz Marcela, tentando se desprender de Carlos.

    - Confessa, vai, vem cá, me dá um beijo! – Diz Carlos, aproximando-se de Marcela para beijá-la, que é surpreendido por Marina, que estava saindo de sua sala e observa a cena, atônita.

    - Espera aí, pare já com isso! Ela é a minha mulher! – Grita Marina, em tom de desespero, alto o suficiente para que todos na sala em que Marcela trabalha escutem.

    - Como assim? Não estou entendendo. – Diz Carlos, soltando Marcela, que sorri, orgulhosa da atitude de Marina.

    - É isso mesmo que vocês escutaram. Gente, eu e a Marcela vamos nos casar! – Diz Marina.

    - Marina... – Diz Marcela, emocionada.

    - Meu amor, eu aceito o seu pedido de casamento. Quero que todos saibam que eu sou muito amada e tenho uma pessoa maravilhosa ao meu lado. – Diz Marina, deixando todos surpresos.

    Alguns sorriem felizes pelo amor das duas. Marina aproxima-se de Marcela e a beija, apaixonadamente. Todos aplaudem e as duas choram juntas, emocionadas, enquanto Carlos pede desculpas à Marina e diz que não sabia que as duas eram um casal. Marina diz a ele que está tudo bem já que tudo foi esclarecido. Thiago segue em direção às duas e as parabeniza pelo noivado e diz que deseja tudo de melhor a elas.

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    Em breve, a continuação da Fanfic. Beijocas a todos!

    terça-feira, 8 de novembro de 2011

    Fan Fic - Marcela e Marina (Amor e Revolução) - PARTE 4

    Para quem não leu as outras partes: Parte 1 Parte 2 Parte 3

    *******

    Algumas semanas depois.

    Marina está sentindo muitas dores e Marcela diz a Thiago que é necessário que levem logo Marina ao hospital, pois ela deve estar em trabalho de parto.

    - Meu Deus, vou levá-la imediatamente! – Diz Thiago.

    - Eu vou com vocês! – Diz Marcela.

    - Não precisa, eu estou indo e já é o suficiente! – Diz Thiago.

    - Você vai querer implicar comigo justo agora? Vamos logo! – Diz Marcela.

    Thiago, Marcela e Marina seguem em direção ao hospital.

    No hospital...

    Enquanto estão na sala de espera, Marcela e Thiago se entreolham.

    - Você sabe que não havia necessidade nenhuma de você vir, não é, dra. Marcela? – Diz Thiago, com sarcasmo.

    - Eu me preocupo com a Marina, você sabe disso. Aliás, você sabe muito mais que isso... – Diz Marcela.

    Thiago esboça um sorriso sarcástico e Marcela segue em direção ao corredor para beber água.

    - Decidiu ir embora, Doutora? – Diz Thiago.

    - Só estava indo beber água... E não precisa me chamar de doutora, acho que já temos intimidade o suficiente pra nos falarmos simplesmente por nossos nomes. – Diz Marcela, visivelmente irritada.

    - Se você acha que roubar a mulher alheia lhe dá intimidade, então vou passar a lhe chamar apenas de Marcela. – Diz Thiago.

    - Eu não entendo todo esse sarcasmo, Thiago, isso tudo é rancor? Eu não roubei a Marina de ninguém, até porque, ela nunca foi verdadeiramente sua... – Diz Marcela.

    - O que você quer dizer com isso? – Diz Thiago.

    - Todo mundo sabe que a Marina moldava um par ideal em relação a você... Ela te imaginava o homem perfeito... Mas todos sabemos que a nossa imaginação costuma superar e, no seu caso, muito, o real... – Diz Marcela, olhando fixamente nos olhos de Thiago e sorrindo com escárnio.

    - Você está querendo me atingir, mas não vai conseguir... Por um lado, você tem razão, a Marina procurava um homem perfeito... Homem, não mulher. – Diz Thiago, dando ênfase à palavra “homem”, como forma de menosprezar o fato de Marcela ser uma mulher e Marina, até namorar Marcela, ter vivido apenas relações heterossexuais.

    - Pois é, mas como você pode ver, às vezes a nossa imaginação acaba não sendo aquilo que queríamos verdadeiramente... Veja a Marina, imaginou tanto estar com você e, quando teve essa oportunidade, viu que não era o que ela queria, e agora ela está co... – Diz Marcela que, ao estar prestes a revelar que está com Marina, decide se acalmar e respeitar a vontade dela de não dizer aos outros ainda o que está acontecendo entre elas, assim, diminui a voz quando iria falar “comigo”.

    - Como? – Diz Thiago.

    - Está confusa... Não sabe direito o que quer, foi isso que eu quis dizer... – Diz Marcela.

    - Marcela, respeite a Marina e aceite que ela nunca vai ceder a você... Não adianta, ela mesma já me disse que não teria como ter algo com você. – Diz Marcela.

    - Olha, Thiago, eu não vou ficar aqui me irritando com você... Eu dou tempo ao tempo, e acho melhor você fazer o mesmo, e procure uma mulher pra você ao invés de ficar atrás da Marina que não quer nada com você. – Diz Marcela.

    - E nem com você, não é mesmo? – Diz Thiago, ironicamente.

    - Ai, Thiago, vê se vai tirar a paciência de outra pessoa. Vou beber a minha água que é o melhor que eu faço! – Diz Marcela.

    ******

    Horas depois, ainda no hospital...

    Acontece o parto de Marina e ela dá a luz a um lindo menino, porém, houve a necessidade de se fazer uma cirurgia cesária. O médico de Marina dá a notícia a Thiago e Marcela, e diz que o bebê está na incubadora e que Marina está repousando. Os dois seguem até a incubadora e vêem de longe o bebê, emocionados.

    ******

    Duas semanas depois...

    Marina está amamentando Matheus – nome escolhido por Marina, após Thiago querer que o filho se chamasse Mathias, como uma quase junção dos dois nomes, “Ma” de Marina e “Thia” de Thiago, porém, Marina achou que seria mais bonito colocar o nome de seu filho de “Matheus” -, enquanto Marcela está preparando a próxima troca de fralda. Marina a olha carinhosamente, admirando-a por estar sendo como uma mãe para o seu filho.

    - Ei, mamãe, vem aqui um pouco... – Diz Marina, sorrindo.

    - Mamãe? – Diz Marcela, rindo.

    - É... Você está tão “mãezona” ajeitando a fralda do Matheus... Parece até mais mãe que eu... – Diz Marina, sorrindo.

    - É que eu já amo esse menino como se fosse meu filho, acredite. – Diz Marcela.

    - Eu acredito, meu amor... Eu vejo... – Diz Marina.

    - Sabe... Tudo o que eu queria era logo poder casar com você... É... Eu sei, não podemos nos casar oficialmente; isso não é permitido no Brasil... Aliás, não é permitido nem mesmo o divórcio, o que dirá um casamento entre mulheres... Mas eu queria poder morar com você e realmente cuidar dessa criança como se fosse minha... – Diz Marcela, que é interrompida pela campainha.

    - Você pode abrir pra mim? – Diz Marina.

    - Claro, meu amor... Não se preocupe com isso, fique quietinha aí e continue alimentando o nosso menino... – Diz Marcela, sorrindo, enquanto Marina a olha com carinho e paixão.

    Marcela segue em direção à porta e, ao abri-la, surpreende-se com Thiago, reciprocamente.

    - Marcela, o que você faz aqui? Mudou-se, foi? – Diz Thiago.

    - Oi, Thiago. Eu estava aqui ajudando a Marina a cuidar do Matheus... – Diz Marcela.

    - Sei... Mas cadê a Marina? – Diz Thiago, entrando na casa de Marina de forma grosseira.

    - Ela está no quarto, amamentando o menino, deixe-me chamá-la... – Diz Marcela.

    - Não precisa, eu vou direto, já fomos casados, lembra? – Diz Thiago.

    - Você quer dizer “namorados”... É... Bem, não vamos discutir, né? – Diz Marcela.

    - Quem era, meu amor? – Grita Marina para Marcela, achando que a pessoa que fora visitá-la já havia saído.

    - Sou eu, Marina. – Grita Thiago, enquanto segue em direção ao quarto, deixando Marcela desconcertada.

    - É... Oi, Thiago, não imaginei que fosse você... – Diz Marina, um pouco desconcertada.

    - Como não? Eu sou o pai do bebê. É natural que eu venha visitar o meu filho e ajudar a minha ex-mulher, não acha? – Diz Thiago.

    - É claro, claro... – Diz Marina.

    - Marina, quando você acabar me diz para que eu troque a fraldinha dele... – Diz Marcela.

    - Nossa, vocês estão realmente íntimas, não é? Já ficam de “meu amor” pra lá, “meu amor” pra cá... A Marcela já praticamente se instalou aqui na sua casa e até cuida do nosso filho... – Diz Thiago, em tom de sarcasmo, dando ênfase à palavra “nosso”.

    - Olha como você é, Thiago... A Marcela é minha amiga e só está me ajudando. Só isso. – Diz Marina.

    - É isso mesmo, Marcela? – Diz Thiago.

    Marcela pensa em falar a verdade e, mesmo triste com essa situação, resolve respeitar a decisão de Marina.

    - É, Thiago, infelizmente eu sou apenas amiga da Marina. – Diz Marcela, dando ênfase à palavra “infelizmente”.

    Thiago sorri discretamente de forma debochada para Marcela, enquanto Marcela se sente triste e tenta não olhar para os dois.

    *******

    Uma semana depois, no jornal...

    Quase todos os funcionários já foram para casa. Thiago entra na sala de Marina e os dois conversam sobre a próxima edição. Thiago pergunta à Marina como ela está se sentindo.

    - Fisicamente eu estou bem... Mas fico triste em ter que deixar meu filho tão pequeno com uma babá, mesmo que seja por algumas horas por dia... – Diz Marina.

    - É... Eu sei... Sabe, Marina, eu estive pensando seriamente sobre nós dois... – Diz Thiago.

    - Como assim? – Diz Marina.

    - Pensei no nosso filho e em toda essa situação... Você cuidando sozinha dessa criança... É, eu sei, eu sei que vou sempre ver o Matheus e estou tentando dar o máximo de assistência que posso, mas não é a mesma coisa... Um filho precisa de um pai presente, todos os dias em sua vida... Eu sei que nós passamos por momentos difíceis, brigamos muito, mas acho que deveríamos dar uma nova chance a nós dois. – Diz Thiago.

    - Thiago... Essa hipótese está fora de cogitação. – Diz Marina.

    - Por quê? O que custa nós tentarmos... Hum? Serei um bom marido e pai, cuidarei de você com todo o carinho que você merece... Mudarei esse meu jeito e tentarei ser mais compreensivo, eu prometo a você, hum? Que tal? Nós dois, juntos, novamente... – Diz Thiago, aproximando-se de Marina.

    Thiago toca o rosto de Marina e tenta beijá-la. Neste momento, Marina o empurra e diz que não há mais jeito para eles dois.

    - Por quê? Só um beijo, vai... E você vai ver... – Diz Thiago, tentando beijar Marina de forma forçada. Marina o empurra e grita: “Não, Thiago, não dá, eu já disse!”.

    - Por que não? – Diz Thiago, visivelmente irritado e assustado por quase ter caído no chão após o empurrão de Marina.

    - Porque eu tenho outra pessoa! – Diz Marina, quase sem fôlego.

    - Já, Marina? Quem é? O Mário de novo? – Diz Thiago.

    - Não é da sua conta... Aqui você é meu editor e lá fora você é o pai do meu filho. Só. Não temos mais nada! A nossa única relação é essa! – Diz Marina.

    - Tudo bem, tudo bem... Eu não vou mais lhe perturbar, com licença. – Diz Thiago, saindo de sala.
    Marina respira fundo e, alguns minutos depois, Marcela entra na sala.

    - Marina... – Diz Marcela, que interrompe a sua fala ao ver Marina com um olhar triste e confuso.
    - O que houve, meu amor? – Diz Marcela.

    - Ah, o Thiago perturbando a minha vida... Parece que agora ele se transformou em outra pessoa, só sabe me perturbar. – Diz Marina.

    - Não liga pra ele... Vem cá, como você está? – Diz Marcela.

    - Fora isso, eu estou bem... Melhor agora que você entrou e pode me dar um abraço bem apertado... – Diz Marina, mudando seu olhar e sorrindo.

    - Hum... Seu pedido é uma ordem... – Diz Marcela, aproximando-se de Marina.

    As duas se abraçam carinhosamente e Marcela diz à Marina que não aguenta mais viver tudo com medo, às escondidas, e que elas não devem nada a ninguém.

    - Eu não sei, Marcela... – Diz Marina.

    - O que você não sabe? Você não me ama, é isso? – Diz Marcela.

    - Claro que amo! Você sabe disso... e muito! – Diz Marina.

    - Então qual é o problema de tudo isso? Você tem vergonha de mim? – Diz Marcela.

    - Não é isso... Eu não sei... Não quero chocar as pessoas. – Diz Marina.

    - Me diz uma coisa... Alguém aqui paga as suas contas? Alguém aqui lhe leva remédios quando você está doente? Quem aqui te ama de verdade e está disposta a passar o resto da vida com você? – Diz Marcela.

    - Eu sei, meu amor... Sei que você tem razão... Me dá só mais um tempo, tá bem? – Diz Marina, enquanto Marcela permanece triste e cabisbaixa.

    Marina aproxima-se de Marcela e toca seu rosto com carinho, levantando-o para que ela a olhe. As duas trocam olhares de paixão e Marina beija o canto da boca de Marcela e, em seguida, beija sua boca levemente, até intensificar o beijo, enquanto Marcela toca o corpo de Marina, fazendo com que ela esqueça que está no jornal e nem mesmo ouça baterem na porta. Thiago entra na sala e se mostra perplexo com a cena, deixando-as muito assustadas, sem reação.

    - Thiago... – Diz Marcela, sem saber o que falar.

    - Desculpa, eu volto depois. – Diz Thiago, ainda atônito.

    - Ei, Thiago, espera... – Diz Marina.

    - Vocês... É... Vocês estão... Marina, você não tem vergonha? – Diz Thiago, atordoado, pausando as palavras.

    - Do quê, Thiago? – Diz Marina.

    - Dessa safadeza que você está fazendo. Você tem um filho, esqueceu? – Diz Thiago.

    - Isso não é safadeza, é amor, Thiago! – Diz Marcela.

    - Com licença, eu não estou falando com você, sua... “mulher-macho”! – Diz Thiago, enfurecido.

    - Olha aqui, Thiago, você não tem o mínimo direito de me desrespeitar! – Diz Marcela, enquanto Marina permanece quieta, sem saber o que dizer.

    - Que nojo de vocês! É isso que eu sinto... Asco! Nojo de vocês duas! E meu filho nesse antro de promiscuidade! – Diz Thiago.

    - Olha aqui, Thiago, eu nunca desrespeitei o Matheus, muito pelo contrário, eu cuido dele como se fosse meu filho! Nojo é violência, essa ditadura que reprime a liberdade de expressão, essas torturas, e não o amor! Portanto, não abra a boca pra falar de mim, você não pode dizer isso! – Diz Marcela, já sem paciência.

    - Coitada de você... Imagine como vocês fazem sexo... Que nojo de vocês! – Diz Thiago.

    - Ai, meu Deus! – Diz Marina, ainda atônita com toda a cena, sem acreditar no que Thiago falara.

    - Pode ter certeza de que eu dou muito mais prazer a ela que você! Ela mesma me disse... Você, sim, é um nojo, em todos os sentidos! – Diz Marcela.

    - Marcela! – Diz Marina, assustada.

    - Olha aqui, sua “sapatona” dos infernos, eu não permito mais que você fique próxima ao meu filho, você entendeu? Ele merece ser bem criado e você é um péssimo exemplo. Imagine o que vai ser dele, sendo criado em um ambiente de safadeza, ainda vai virar “veado”. Se vocês querem viver nessa promiscuidade, o problema é de vocês, mas do meu filho você não chega perto, você entendeu, sua infeliz? – Diz Thiago, transtornado.

    - Thiago, você está passando dos limites, nos respeite! – Diz Marina.

    - Isso tudo é rancor por você não ser macho o suficiente e perder a mulher pra outra mulher, é? – Diz Marcela, nervosa, deixando Thiago mais transtornado ainda que, ao não aguentar as respostas de Marcela, revida com um tapa em seu rosto. Marina se assusta e Marcela põe a mão em seu rosto e chora de dor, física e psicológica. O tapa de Thiago fora tão forte que atingira o maxilar de Marcela, que a faz cuspir um pouco de sangue. Marina está perplexa e abraça forte Marcela.

    - Olha o que você fez, Thiago! Você está completamente louco! – Diz Marina, extremamente irritada.
    - Me desculpe, Marina... Eu perdi a cabeça. – Diz Thiago.

    - Você tem que pedir desculpas à Marcela... Olha como ela está, cuspindo sangue, Thiago! – Diz Marina, indignada com o que acabara de acontecer, enquanto Marcela chora baixo.

    Marina olha para Marcela e toca em seus cabelos.

    - Meu amor, nós vamos ao médico... Precisa ver isso... Vem cá, vem... Eu te amo. Me perdoa... – Diz Marina.

    Thiago sente-se constrangido com toda a situação, tanto com o fato de ter cometido uma loucura ao passar dos limites chegando a agredir Marcela, como por vê-las como um casal e perceber o quanto Marina gosta de Marcela.

    - Deixa que eu levo vocês... Me perdoe, Marcela... Eu não sei o que deu em mim... – Diz Thiago.

    - Não precisa, Thiago, eu só preciso colocar um pouco de gelo e vai ficar tudo bem... Com licença, Marina. – Diz Marcela, desprendendo-se do abraço de Marina.

    - Marcela, eu não vou deixar você sair daqui assim... Você vai comigo pra casa. – Diz Marina.

    - Tudo bem. – Diz Marcela, triste, enquanto Marina aproveita para arrumar as suas coisas e pegar as de Marcela para que elas possam ir embora.

    - Eu já vou, Marina... Marcela, mais uma vez, me perdoe... Eu não sei nem o que dizer, o que deu em mim... Eu agi muito mal e reconheço isso... Nem parecia eu... Vocês sabem que eu não sou assim, por favor, entendam... – Diz Thiago.

    - Depois conversaremos com mais calma, Thiago, agora nós vamos embora. – Diz Marina.

    Marcela e Marina seguem em direção ao carro e vão para a casa de Marina. Ainda no carro, Marcela diz à Marina que isso tem que terminar, e Marina concorda e diz que não vai mais omitir a relação das duas e se arrepende por ter feito isso por tanto tempo.

    - Agora nada, nem ninguém, irá destruir o nosso amor... – Diz Marcela, beijando as mãos de Marina.

    - Nada, nem ninguém, meu amor... Nem ninguém! – Diz Marina, sorrindo apaixonadamente à Marcela.

    Em breve, continuação da Fanfic! 
    Beijocas.
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