quarta-feira, 18 de abril de 2012

Fanfiction: The Chidren's Hour (Infâmia) - Martha/Karen // Final Alternativo

Karen, Joe e Martha
Tipo de texto: Fanfiction.

Conotação:  Lésbica.

Referência: The Children’s Hour (Infâmia) – Filme de 1961.

Início: A partir da cena em que Martha revela à Karen o seu real sentimento.

Personagens: Martha e Karen, professoras. 
Joe, noivo de Karen.
Mary, a aluna travessa.
A avó de Mary, que espalha a fofoca.
A tia de Martha, que insinua que Martha sente algo além de amizade por Karen.


(Para quem ainda não assistiu ao filme) 

História: Martha e Karen são amigas desde a adolescência, mais precisamente quando as duas possuíam 17 anos. Formaram-se juntas e investiram suas economias em um colégio interno para garotas. Karen (Audrey Hepburn) está noiva de Joe, mas o noivado prolongou-se por muito tempo, pois Karen não queria que o casamento atrapalhasse o colégio que, para Karen e Martha (Shirley MacLain), era um negócio; assim como Karen não queria deixar Martha tomar conta de tudo sozinha, porém, acaba decidindo finalmente casar com Joe. Martha, que sempre olhara de uma maneira diferente à Karen - mas nunca entendera o que sentira realmente, visto que na época qualquer relação de alguém à homossexualidade seria um verdadeiro escândalo, acabando com a vida profissional e moral de qualquer um -, enfurece-se ao saber do noivado, mas tenta relevar. Mary, uma das garotas do internato, muito travessa, por sinal, recebe punições por seu mal comportamento e decide punir as professoras inventando algo sobre as duas. Para isso, ela colhe informações de uma colega que escutara a tia de Martha dizer que Martha sentia algo “antinatural” por Karen – apesar de Martha nunca confirmar isso. Na história, após o boato ser espalhado, a carreira das duas é arruinada, mesmo Karen nunca tendo tido absolutamente nada com Martha. Seu noivo, mesmo tentando apoiá-la, acaba por duvidar se realmente ocorreu algo, fazendo com que Karen o retirasse de vez de sua vida. Logo mais se descobre que tudo não passava de uma fofoca maldosa da garota Mary, mas já era tarde, Martha revelara à Karen tudo o que sentia. Karen permanece o tempo todo “em cima do muro”. Mas continua convidando-a para irem embora, apesar de não demonstrar claramente nenhum sentimento amoroso, reafirmando que a declaração seria fruto do cansaço de Martha. (A cena em que Martha revela o que realmente sente por Karen será publicada abaixo). [A PARTIR DAQUI, O DESFECHO SERÁ MODIFICADO NA FANFICTION QUE SERÁ APRESENTADA LOGO APÓS ESTE TEXTO]. Após toda a confusão, a avó da garota Mary, que fizera o favor de espalhar a fofoca, vai até a casa das duas e pede perdão à Karen – em vão. Neste momento, Martha sobe as escadas, desesperada, e Karen expulsa a senhora e corre atrás de Martha. Pede novamente para que as duas viagem e refaçam suas vidas, e Martha diz que precisa dormir. Quando Karen sai da casa para dar uma volta pelo jardim, Martha a observa. Quando ela retorna, percebe que algo havia acontecido com Martha, então ela corre desesperadamente atrás de sua amiga. Tenta abrir a porta de seu quarto, que está trancada, e, após muito esforço, consegue, e encontra Martha morta, por suicídio, tendo se enforcado. Karen chora e grita pelo nome de Martha. A cena seguinte é a do velório de Martha, e Karen segura uma flor que estaria em cima de seu caixão, e segue ignorando a todos (inclusive seu ex-noivo), com a cabeça erguida.

Cena Martha/Karen



Fanfiction



The Children’s Hour fanfiction, escrita por Brasilsempreconceito.com. Todos os direitos reservados.

Martha está em um dos sofás, enquanto Karen está em uma cadeira mais distante, porém, no mesmo ambiente. Martha diz à Karen que tudo o que haviam dito sobre como Martha a amava era verdade. Karen, que estava pensativa até o momento, mostra-se perplexa; não consegue acreditar no que acabara de ouvir. “O que ela está dizendo? O que está realmente acontecendo? Eu mesma me perco em emoções e sentimentos inexplicáveis... O que ela está dizendo, pelo amor de Deus?” – Pensou Karen. Martha cala-se por alguns segundos e, de repente, grita para que Karen preste atenção em suas palavras.

_ Eu te amei como eles disseram! Eu amei você, Karen... Aliás, eu amo você! – Disse Martha, com o olhar desesperado e os olhos marejados.

_ O que você está dizendo, Martha? Nós... Nunca pensamos nada assim de nós duas. – Disse Karen, aproximando-se de Martha e a sacudindo, como se ela não estivesse em si. Mas ela estava, e Karen entendia perfeitamente aquele sentimento... mas isso tudo estaria além do que ela poderia suportar.

_ Me perdoa, Karen! Me perdoa pelo que sinto... Me perdoa pelo que sou. Me perdoa por estragar a sua vida... e a minha também. Eu sou culpada! – Disse Martha, com o olhar ainda mais desesperado.

_ Você não tem culpa de nada! Você está cansada, Martha... Tudo o que eles têm dito e feito das nossas vidas nos afetou, é verdade... E talvez tenha lhe confundido. Mas você não tem culpa de nada! – Disse Karen, tentando confortá-la. Tentando encontrar palavras que nem ela sabia até onde seriam verdadeiras.

_ Eu acho melhor você se afastar. Eu não consigo controlar minhas palavras; meus sentimentos; tampouco o que eu poderei fazer a partir de agora... – Disse Martha, afastando-se de Karen.

Karen aproxima-se de Martha, que usara as mangas de seu casaco para cobrir seu rosto, por não conseguir enfrentar a realidade. A sua verdade. Karen retira lentamente o casaco de Martha de cima dela e, ao perceber-se sem proteção, Martha levanta-se e corre pelas escadas até o seu quarto. Após alguns minutos, Karen aparece em seu quarto com uma xícara do chá favorito de Martha. Ao entrar em seu quarto, Karen percebe que Martha não está.

Preocupada com o que Martha poderia ter feito, Karen percorre por toda a casa gritando por seu nome. De repente, percebe que Martha está no banheiro, pois há um som forte das gotículas de água batendo no chão. Karen bate na porta e chama por Martha... não há respostas. Karen preocupa-se novamente e resolve entrar no banheiro. Percebe que Martha realmente estava tomando banho e a observa, sem querer, da porta do banheiro.

Em algum momento, Martha sente que está sendo observada e olha rapidamente para a porta, mas Karen conseguira se esconder a tempo. Martha sai do banheiro sem saber que sua amada a viu e segue até seu quarto para se trocar. No caminho, vê Karen, que a olha rapidamente envergonhada, e então apressa seus passos, também sem coragem de olhar nos olhos de Karen. Após alguns minutos, Karen bate na porta do quarto de Martha  e pergunta se pode entrar. Martha responde afirmativamente.

_ Eu vim lhe trazer esse chá... Estava lhe procurando pela casa inteira... Fiquei preocupada. – Disse Karen.
_ Obrigada... Você não precisava fazer isso. Fui tomar um banho em uma tentativa frustrada de limpar a alma... Achei, por um momento, que limpar meu corpo ajudaria a limpar minha consciência... Ao menos por alguns minutos. – Disse Martha, ainda sem olhar nos olhos de Karen.

_ Não existe sujeira em nenhuma parte de você, Martha. Nenhuma pequena parte sequer. Você é limpa... Pura, como apenas os anjos conseguem ser... E não possui motivo algum para se envergonhar. Vergonha deveria ter eu, mas, ainda assim, estou aqui, oferecendo-lhe esta substância que pode momentaneamente lhe acalmar, esse chá... que costumava ser seu favorito, e que eu sempre preparava pra você quando se sentia triste... sem saber que o motivo das suas lágrimas seria eu... Vim aqui, oferecer um calmante natural, sabendo que nada que eu fizer livrará tamanha culpa que sinto por ter feito você sofrer. – Disse Karen, com lágrimas nos olhos, enquanto confessa o que nem ela mesma conseguia compreender, enquanto Martha levanta, lentamente, seu rosto, e retira seus cabelos dos olhos e a observa, atônita.

_ Ninguém pode ser culpada do que não sabe, minha delicada e singela flor. Ninguém pode ser culpada por ser amada. Ninguém pode se culpar pelo amor... Ele brota de não se sabe onde e nem um porquê de assim ser... Ele simplesmente acontece, e não há nada que possa fazê-lo parar... Mas encontrarei, com todas as forças que ainda existem em mim, uma forma de terminá-lo. Eu prometo. – Disse Martha, agora, finalmente, olhando nos olhos de Karen, enquanto levanta-se de sua cama.

_ Eu... – Disse Karen, delicadamente, aproximando-se mais ainda de Martha, até que as duas olham nos olhos uma da outra, em pé.

_ Eu... Acho que também amo você, Martha. – Disse Karen, constrangida, abaixando seu rosto e afastando-se de Martha, com um momentâneo arrependimento e confusão sobre o que acabara de dizer.

_ Como? Não pode ser, Karen... Você estava noiva do Joe. Eu sei que você não sente o que eu sinto... O que eu sinto não é certo. O que eu sinto é pecado... É terrível. É amor, contraditoriamente belo e abominável... Meu amor é do tipo sujo... que só pessoas doentes como eu poderiam sentir... Mas é amor, eu sei... Mas não deveria ser. Eu não sei... Não sei o que dizer, Karen. Está tudo tão confuso... – Disse Martha, iniciando um choro leve que se intensifica a cada segundo, tornando-se desesperado, não conseguindo novamente olhar nos olhos de Karen.

_ Para, Martha! Pare de dizer essas sandices! Você mesma disse ainda pouco que o amor não pode ser algo condenável. Se amar dessa forma é sujo... insano... doentio, então somos duas pessoas doentes, insanas, que precisam urgentemente de um médico para loucos. Eu sinto, Martha, eu sinto o que você sente! Talvez fosse esse o motivo de sempre adiar o casamento com o Joe... Eu não sei... Mas sei que tudo começa a fazer sentido agora. Talvez eu sempre soubesse, mas nunca quisesse realmente admitir... Preferia viver como as pessoas diziam que era o correto... Mas estamos aqui, sem máscaras, sofrendo todo tipo de difamação... Estamos aqui, e não há mais um porquê de nos escondermos do que realmente sentimos. Olha pra mim, Martha! – Disse Karen, aumentando o tom de sua voz gradativamente.

Martha, mesmo após a declaração de Karen, o que ela verdadeiramente sempre quisera ouvir e, ao mesmo tempo, tudo o que sempre temeu, continua paralisada, sem qualquer tipo de reação. Karen, portanto, aproxima-se de Martha e se senta delicadamente em sua cama. Ainda assim, Martha não reage. Karen retira os cabelos do rosto de Martha e a vira para o seu lado, e a olha nos olhos. Martha, ainda com a cabeça abaixada, tenta esboçar um sorriso. Karen levanta carinhosamente o rosto de Martha e aproxima seus lábios, lentamente, dos dela. Antes mesmo de se tocarem, Martha assusta-se e tenta reagir de alguma forma contrária, mas não resiste ao encanto de sua amada, deixando-se beijar. Um beijo simples – apenas o encostar dos lábios e o fechar dos olhos. Beijo esse que mudaria para sempre a vida daquelas duas professoras.

As duas afastam seus lábios e se olham. Martha sorri, envergonhada, enquanto Karen a olha seriamente.
_ Por que você está me olhando tão séria? – Disse Martha, com voz de veludo.

_ Porque eu comprovei, neste momento, que o meu lugar sempre foi ao seu lado... E o mundo será difícil para nós duas. – Disse Karen.

_ Karen... – Disse Martha, olhando fixamente nos olhos de Karen.

_ Diz, Martha... – Disse Karen, com o olhar tristonho.

_ O que sempre me assustou verdadeiramente foi saber que um dia eu não estaria ao seu lado... Se você segurar minha mão enquanto o mundo nos condena, absolutamente nada conseguirá nos abater...  – Disse Martha, olhando carinhosa e apaixonadamente para Karen, que retribui o olhar com um leve sorriso.

As duas, então, beijam-se calorosamente e se abraçam. Essa, na concepção delas, é a melhor forma de se prepararem para qualquer batalha. E o amor as traz à vida. Martha aceita a proposta de Karen para irem embora e recomeçarem suas vidas e, alguns dias antes de partirem, recebem a notícia da avó de Mary de que ela descobrira que tudo aquilo que dissera eram inverdades... Acabara, portanto, retirando qualquer suspeita de homossexualidade entre as duas, fazendo-as viverem uma vida tranquila em outra cidade, sem que ninguém pudesse falar absolutamente nada sobre elas.

7 comentários:

Andy A. on 19 de abril de 2012 às 00:36 disse...

O filme deve ser muito bom . seguindo seu blog , segue o meu :
http://andyantunes.blogspot.com.br/

Anônimo disse...

O filme deve ser bom...Só acho muito difícil aí pra elas, se nesse tempo já é assim? imagina aquela época????Desculpa mais de que ano o filme é mesmo????
Júh

Brasil Sem Preconceito on 19 de abril de 2012 às 11:39 disse...

Está escrito ali na referência, Júh. É de 1961. Verdade, nessa época era pior ainda... Por isso quis tentar fazer as falas coerentes com a época (principalmente com o filme). Beijos

Angelica Colombo Ponciano on 19 de abril de 2012 às 23:25 disse...

Gosto de filmes de época lésbos.

KGeo on 20 de abril de 2012 às 02:15 disse...

o filme de ser bom

http://mundostreze.blogspot.com.br/

A Encrenqueira on 20 de abril de 2012 às 02:50 disse...

Olha eu não conheço esse mas amo fanfictions, um dos meus hobbies.

Anônimo disse...

Lindo amiga!
As falas ficaram coniventes com a época, a delicadeza do sentimento, tudo ficou de muito bom gosto!
Adoro as suas fanfics, escreva sempre!
Beijos.

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